Editorial

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Diferentemente das nossas últimas edições, feitas no período do isolamento social, o número 22 foi feito enquanto assistimos a reabertura dos espaços públicos e das instituições como escolas e universidades. Essa edição também apresenta um novo ciclo de recebimento de textos que se iniciou em novembro de 2021 e encerrou em janeiro de 2022. Nesse ciclo, após a reabertura do recebimento de textos, acompanhamos as primeiras reflexões acumuladas sobre a pandemia na educação. E, certamente, acompanharemos essas reflexões, experiências e investigações ao longo dos próximos anos em nossa revista. 

Além dessas marcações cronológicas e editoriais, o número 22 traz a presença da Maria Lúcia Rezende Lomba acompanhando todos os textos recebidos com a editoria executiva da RBEB. O trabalho da Lúcia consiste em compreendermos um pouco mais como as professoras escrevem, como elas destacam suas experiências e como as professoras acumulam reflexões e as fazem circular. Sabemos que todos esses processos se dão cotidianamente na escola e são objeto de investigação de quem estuda a formação de professores, mas como a comunicação pode dialogar no sentido de ampliar o debate sobre a educação no cenário público?

Outro marco importante em nossa nova edição é o retorno da seção de entrevistas e para a reabertura, convidamos Estela Tibúrcio para entrevistar a representante do SindUTE Denise Romano. A entrevista foi pensada, discutida e executada por João Victor, Sabrina e Estela Tibúrcio. O resultado desse debate feito por nós do Pensar a Educação Pnsar o Brasil e da Revista Brasileira de Educação Básica você acompanha nesta edição. 

Além da entrevista, outro marco importante é a presença de textos de editores, desta vez trazemos a contribuição da Analise Silva sobre EJA no contexto da formação de professores no CREEJA em vista dos desafios da epidemia e, o texto do nosso editor e autor angolano, Marcelino Curimenha sobre a cultura do silenciamento e as novas possibilidades de circulação da voz e dos questionamentos políticos.

Com essa edição, mais um conjunto de contribuições que lançamos em meio digital com o objetivo de elevar o debate público em educação e a qualidade da educação básica pública. Nesse novo número trazemos aqui experiências vividas por professoras e pesquisadoras sobre o cotidiano da sala de aula nas escolas e das universidades em diálogo com diversas questões e desafios da escola pública. As professoras e pesquisadoras, por sua vez, dão a essas questões, contornos e apontam para algumas soluções. São essas reflexões que trazemos aqui para que outras professoras e pesquisadoras possam dialogar com as autoras e autores ampliando, diversificando e qualificando o debate sobre a educação brasileira.

Nesta edição fazem parte do conjunto de contribuições questões que ao serem vivenciadas pelas professoras e professores, são dadas soluções podemos destacar os desafios da Educação de Jovens e Adultos, tendo como base estratégias de aprendizagem centradas nas experiências dos estudantes; o uso de metodologias para a Alfabetização Científica e Técnica nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental; o uso de plantas medicinais como tema gerador para o ensino de Botânica e da alfabetização científica dos discentes; o uso das mídias digitais no ambiente escolar por profissionais da educação; um projeto com objetivo de construção da percepção entre corpo e espaço para crianças com deficiência visual; as estratégias pensadas para garantir o direito constitucional à educação escolar, em especial para pessoas jovens, adultas e idosas em um curso durante a pandemia; a defesa da cultura afro-brasileira e indígena em um debate sobre o acesso às mesmas oportunidades de estudos, emprego, equidade salarial e visibilidade numa escola;  a escola como um dos espaços de intervenção do assistente social em ao ser o mediador entre as demandas da escola e da sociedade; a emergência das redes sociais como um espaço potente para desconstrução de certos discursos amordaçados no ensino primário de Angola; a crítica a presença de muitos intelectuais que defendem a formação para o mercado de trabalho como uma das principais finalidades da escola; o uso de tecnologias ambientais da agrofloresta e os princípios éticos da agroecologia para a alfabetização científica das crianças de 4 e 5 anos de idade; um estudo de caso sobre como o ambiente escolar de uma pública e outra privada, influenciam o aprendizado de alunos do ensino fundamental; a importância do lúdico na aprendizagem da Matemática.

Na indicação de leitura convidamos Lúcia Helena Schuchter para falar sobre o livro “Relatos e vivências de profissionais na Educação Infantil: reflexões sobre a docência vol. 1” organizado pela nossa editora Maria Lúcia Resende Lomba.

Em nossa seção de vídeos, para a edição, reproduzimos o vídeo Saudade da Escola, dirigido por Matheus Philipp. O vídeo é um recorte de narrativas sobre este espaço que esteve fechado durante o isolamento social e que está retornando agora ao cotidiano das famílias. Nesse novo contexto e ao relembrar esse momento em que a escola esteve longe do nosso cotidiano, convidamos todos a falar sobre o retorno ao espaço escolar: como foi matar as saudades da escola?

Por fim, e ao longo das próximas semanas vocês acompanharão nossas autoras e autores as convidando para ler cada um dos textos desta edição. Acompanhem e convidem nossas autoras para o diálogo. 

Em nossa próxima edição teremos podcast, texto de blog e um novo conjunto de questões da educação básica para ampliar o debate da educação. Até lá! 

Imagem de destaque: João Victor Oliveira

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