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Infância, Arte e Cultura:  uma experiência de aprendizagem com turmas de 4  e 5 anos   

Danielle rocha rosa martins

Danielle Rocha Rosa Martins

Sou pedagoga (2000) pela PUC/MG, especialista em Educação Infantil (2003) pelo CEPEMG; em Alfabetização e Letramento (2019); em Educação Especial e Inclusiva com ênfase em Comunicação Alternativa e Tecnologia Assistiva (2020); e em Psicopedagogia e Psicomotricidade (2020) pela Faculdade Batista de Minas Gerais. Trabalhei como professora supervisora (2015/2017) no Pibid, no subprojeto Pibid Educação Infantil da FaE/UFMG. Desde o ano de 2005, sou professora na EI na RME de Belo Horizonte. Trabalho desde 2007 na mesma instituição: EMEI Alaíde Lisboa. Integrante do Grupo de estudo e escrita de profissionais e pesquisadores da educação básica – GEEPPEB

Orcid: 0000-0002-1740-017X 

E-mail: daniellerocha2001@yahoo.com.br

foto – Denise Alves dos Santos

Denise Alves dos Santos

Sou licenciada em Letras (2000) pela IES/FUNCEC e em Pedagogia (2013) pela ULBRA, especialista em Educação Infantil (2019); em Alfabetização e Letramento (2019); e em Educação Especial e Inclusiva com Ênfase em Comunicação Alternativa e Tecnologia Assistiva (2020) pela Faculdade Batista de Minas Gerais. Trabalhei como professora supervisora (2015/2017) no Pibid, no Subprojeto Pibid Educação Infantil da FaE/UFMG.  Atualmente integrante do Grupo de estudo e escrita de profissionais e pesquisadores da educação básica – GEEPPEB

Sou professora para a Educação Infantil na Rede Municipal de Belo Horizonte – MG desde o ano de 2005 e permaneci, desde 2007, na EMEI Alaíde Lisboa.

Orcid: 0000-0003-2687-5115

Contato: dioniziae@bol.com.br

Introdução

A Educação Infantil, na atualidade, possui uma função social relevante, relacionada ao desenvolvimento integral das crianças de até cinco anos de idade e por ser o primeiro espaço onde podemos proporcionar experiências que favoreçam o seu desenvolvimento.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), dando forma ao texto da Constituição Federal de 1988, definem a criança como sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (Brasil, 2009).

O reconhecimento da criança como sujeito de direito demanda que a escola de Educação Infantil se converta em um ambiente acolhedor, promotor de descobertas, de diálogos, de experiências, interações e vivências. Desse modo, trouxemos para as crianças das turmas de 4 e 5 anos a proposta do projeto “Infância, arte e cultura”, da Escola Municipal de Educação Infantil Alaíde Lisboa, situada no Campus da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Trata-se de um projeto institucional, cuja  temática partiu das observações das professoras sobre a diversidade das infâncias no grupo de crianças.

Decidimos construir um planejamento que envolvesse as duas turmas: Savana (5 anos ‒ professora Denise) e Sensações (4 anos ‒ professora Danielle), considerando o interesse das crianças.

A nossa intenção com esse projeto foi de estimular o senso investigativo das crianças, provocando-as com intencionalidades definidas, propondo experiências e descobertas acerca dos diversos aspectos da infância e da produção cultural de crianças de diferentes países.

Metodologia e desenvolvimento da experiência

A observação diária exercida das crianças e a escuta de seus pontos de vista foram ações fundamentais no que tange às escolhas das propostas pedagógicas baseadas no interesse e na curiosidade que as cercam.  No início do ano de 2022, com o objetivo de abordarmos valores como: respeito, cooperação, união e amizade, realizamos uma roda com a  história “Ubuntu, uma lenda africana”[1], que despertou nas crianças ações diárias de ajuda ao outro, de postura de interesse sobre as ações do colega, tornando-as, em alguns momentos, coletivas. O despertar e o encantamento das crianças com a cultura infantil apresentada na história deu rumo ao projeto Infância, arte e cultura, levando-nos a explorar as diversas outras culturas infantis, dando ênfase a África do Sul, Senegal e Quênia nas próximas etapas do projeto. 

Aguçando a curiosidade das crianças

Buscando de forma lúdica despertar o interesse e a curiosidade das crianças para as diferenças nas culturas infantis, construímos um ambiente promotor de explorações, apreciações e observações na sala de multimeios da escola, ornamentada com panos de estampas africanas e coloridas dispostos pelo chão, instrumentos musicais e nas paredes imagens de crianças de variados países, de brincadeiras e pinturas com temas da cultura infantil. Tomamos o cuidado em promover a diversidade nas imagens, de forma a abranger lugares, paisagens, ações, vestimentas, raças e alimentações.

Figuras 1 e 2:  Roda de música: cantiga africana “Olelê Moliba Makasi”[2]

Fonte: Arquivo das professoras

As crianças puderam explorar livremente o espaço, o que aguçou a curiosidade e despertou o interesse do grupo sobre os objetos e imagens expostas. Num segundo momento, fizemos uma roda de conversa em que elas puderam se expressar sobre a experiência e sobre suas observações. Foi possível elencar nas falas suas dúvidas e curiosidades. Ainda na roda, foram explorados instrumentos musicais e apresentada a música Olelé Molibá Makasi, que resultou em momentos de dança, interação e alegria.

Como registro dos momentos, construímos em coletivo o instrumento africano cabuletê

Figuras 3 e 4:   Manuseio de instrumentos musicais / Apreciação de imagens das obras de Ricardo Ferrari

 Fonte: Arquivo das professoras

Descobrindo novas histórias

As turmas realizaram uma visita à biblioteca da escola, onde temos um acervo rico de livros infantis e alguns são separados por temas. Na biblioteca havia a história da Chapeuzinho Vermelho, mas em uma nova versão: “Chapeuzinho e o leão faminto”. Nessa releitura do conto clássico, ao invés de a história se passar em uma floresta com o lobo, ela é narrada em uma savana africana e os personagens são todos de origem africana: os animais, chapeuzinho, a tia, o pai, as vestimentas ‒ que valorizam a cultura africana, e mais: nessa narrativa, o lobo deu lugar a um leão faminto.

Através da história, as crianças iniciaram, no plano de faz de conta, uma viagem pela Savana africana. Nesse contexto, conheceram alguns animais dessa paisagem, começaram a criar animais, como a girafa, utilizando legos da sala, montaram o teatro da história e apresentaram para os colegas das turmas, brincaram com letras móveis montando os nomes dos personagens. Em seguida, confeccionaram um convite para o chá da Chapeuzinho tendo a professora como escriba. Esse chá foi sugerido pelas crianças devido à personagem principal da história oferecer essa bebida para o leão. Logo após, aproveitaram a brincadeira de massinha para criar rosquinhas, simulando o chá da chapeuzinho.

Figuras 4 e 5:  Montando os nomes dos personagens / Ilustração do chá com as turmas da história com letras móveis

Fonte: Arquivo das professoras

As turmas se reuniram em roda para  falar sobre o chá e as falas e ações das crianças foram captadas como forma de documentação pedagógica das professoras.

Comentários das crianças:

Júlia: Foi uma coisa que eu nunca vi!

Fabiana: Teve várias delícias!

Laura: Melhor dia da minha vida!

Ana Paula: Gostei do bolinho de laranja. Eu nunca experimentei. Ele era diferente. Tinha formato de bolinho pequeno.

Carla: Amei a comida! O bolinho de laranja tem vitamina C.

Ana Letícia: O biscoito de polvilho estava uma delícia!

João : Eu amei o chá da Chapeuzinho!

Emily: A Chapeuzinho era muito legal e amei o bolinho de laranja!

Pensando em compartilhar aquele momento com as famílias, enviamos para as casas das crianças um saquinho contendo um chá e biscoitinhos caseiros e  informamos nos grupos de Whatsapp da turma a receita do bolinho de laranja. Essa ação foi realizada, porque as crianças comentaram bastante em casa e pediram que as famílias fizessem igual.

Figuras 6, 7, 8 e 9: Escrita coletiva do convite finalizado / Biscoitos enviados para as famílias / Hora do chá

Fonte: Arquivo das professoras

Da savana para o mundo

As infâncias das crianças são muitas e, para ampliar esse conhecimento, as professoras apresentaram para as turmas o livro Abrapracabra no mundo. Nele, a personagem “cabra” viaja pelo mundo apresentando monumentos e até algumas expressões de vários países. Essa proposta foi uma forma que as professoras pensaram para abranger o tema cultura em outros países: manuseando o livro, utilizando o globo terrestre para localizar alguns países que a cabra visitou e, a partir daí, vivenciar brincadeiras e imagens de crianças e culturas pelo mundo.

Figuras 10 e 11:   Explorando o globo terrestre

Fonte: Arquivo das professoras

Dentre os aspectos culturais da vida das crianças, as professoras enfatizaram, no projeto, as práticas alimentares, através de fotografias de Greg Segal[3], que viajou para diversos países fotografando o que as crianças comem. Pelas imagens, foi possível conhecer a alimentação das crianças de diversas culturas, provocando um diálogo sobre o que pode influenciar a alimentação das pessoas: cultura, finanças, preferências etc.

Surgiu, assim, na roda de conversa, a ideia de cada criança fazer a sua releitura da obra do fotógrafo, e as famílias participaram do processo com muita criatividade! Uma das famílias enviou o livro do Greg Segal, ampliando, assim,  quantidade de imagens que já tínhamos do fotógrafo. Uma criança citou o livro “Malala e seu lápis mágico”, da  autora Malala Yousafzi, após ver a imagem de uma criança usando um véu e associá-la ao livro que ela tinha em casa, cujo tema são as dificuldades das meninas para estudarem naquele país.

Figuras 13, 14, 15 e 16: Releituras da obra de Gregg Segal realizadas pelas famílias

Fonte: Arquivo das professoras

Figura 17: crianças manuseando o livro de Gregg Segal

Fonte: Arquivo das professoras

A infância pelo mundo também nos permitiu explorar bandeiras dos países, como Brasil, Canadá, Croácia, Índia, França, Itália, Irã, México, Espanha, através do bingo de letras com os nomes dos países e as imagens das bandeiras que os representam. Tivemos também a participação da Silvana, que foi professora das duas turmas e participou do projetoINFÂNCIA, ARTE E CULTURA. Ela aproveitou a oportunidade de sua sobrinha Amanda, estudante de engenharia de produção da UFMG, estar em intercâmbio social na periferia da Cidade do Cabo ‒ África do Sul, para que a auxiliasse na interlocução entre as crianças da Little Lambs School e  Ikhaya Le Temba ‒ escolas destinadas a crianças de 2 a 5 anos ‒ e as brasileiras, das turmas Sensações e Savana. Assim, foi possível promover trocas de vídeos e desenhos de suas rotinas, culminando em rodas de conversas nas salas, comparando as semelhanças e diferenças culturais que observaram.  Notam-se semelhanças quanto à chegada na escola, ao manuseio dos objetos das mochilas e à higienização das mãos.

Na alimentação diária percebeu-se que na Little Lambs as crianças alimentam-se três vezes pela manhã: 9h tomam Porridge (um mingau); 10h30 tomam iogurte ou comem uma fruta e às 12h almoçam. Na parte da tarde se alimentam às 15h e às 16h30 comem um sanduíche. Já nas EMEIS de BH as crianças comem duas refeições pela manhã e duas à tarde. Durante a observação dos vídeos e fotos, as crianças perceberam as diferenças alimentares, como o pap, que é feito com farinha e substitui o arroz nas refeições, e as samosas, uma espécie de pastelzinho.

Jogos de legos, pinturas, desenhos fazem parte da rotina das crianças dos dois países, além de futebol, dança e música. Essa interação durou cerca de um mês devido ao retorno de Amanda para o Brasil, mas as turmas Savana e Sensações deram continuidade às suas atividades.

Durante todo o projeto foram explorados livros diversos como: Um mundo de crianças, Com vontade de pintar o mundo. Conta a história de vida de Cândido Portinari, artista.  Exploramos as suas obras com temas de brincadeiras. Trabalhamos também as obras de infância de Ricardo Ferrari, artista que inspirou a turma a realizar releitura de suas obras e brincar de algumas brincadeiras que ele retrata, como pião, cabo de guerra, roda etc.

Figuras 18, 19 e 20: Releitura das obras de Portinari / Exposição das releituras das obras de Ricardo Ferrari

Fonte: Arquivo das professoras

De volta à África

Foram tantas leituras maravilhosas, principalmente com as histórias africanas que foram exploradas de formas variadas, com rodas de contação de histórias nas áreas externas da escola, com fantoches, em salas ornamentadas etc.

Uma das histórias trabalhadas foi  “Meu crespo é de rainha”, livro em que bell hooks enaltece a beleza dos cabelos e de diferentes tipos de penteados. Uma das propostas realizadas com as crianças após a leitura desse livro foi um desenho da personagem principal da história. As professoras entregaram imagens de uma coroa, as quais elas recortaram, colaram em uma folha e desenharam a menina com um dos penteados apresentados no enredo. Isso nos permitiu ter acesso a vários desenhos de crianças com cabelos de penteados variados. Também exploraram os diversos tons de lápis de cor para colorir a personagem. 

Já o livro ”Lila e o segredo da chuva” se passa no Quênia, onde a vila da Lila sofria com a falta de chuva, desafio esse que faz com que a personagem vá em busca de uma solução e consiga resolver o problema da sua comunidade. A falta de chuva desta vila foi tema de uma conversa na roda em que abordamos as consequências da falta de chuva para os seres vivos e sobre o que podemos fazer para economizar água. As crianças sugeriram: tomar banhos rápidos, aproveitar a água da chuva para molhar as plantas, não deixar a torneira da pia da escola aberta nem pingando etc.

Contamos também a história do pequeno príncipe preto que mora em um planeta pequenininho onde há uma única árvore plantada: o Baobá. Ele aproveita a ventania para viajar por diferentes planetas propagando o  amor e deixando as sementes do baobá pelos lugares onde vai.É sobre o reconhecimento e valorização da nossa origem.

Essas e outras histórias foram registradas em colchas de retalho com desenhos feitos pelas crianças e que também foram utilizados em cenários com caixa de papelão, quebra-cabeça com caixas e sucata. As produções das crianças foram expostas na mostra cultural da escola, que contou com a participação das famílias, as quais manifestaram a importância do projeto para a aprendizagem das crianças.

Figuras 21, 22 e 23: Confecção e pintura do quebra-cabeça da personagem Obax

Fonte: arquivo das professoras

Figuras 24, 25 e 26:  Confecção e pintura do quebra cabeça do pequeno príncipe preto

Fonte: arquivo das professoras

Figura 25: Colcha de retalhos das histórias africanas contadas em sala

Fonte: arquivo das professoras

Figura 26, 27 e 28: Dia do penteado inspirado na história da Obax

Fonte: Arquivo das professoras

Outro momento de grande felicidade para as crianças foi o dia do penteado afro, que surgiu a partir da história da Obax. As crianças se entusiasmaram com os birotes nos cabelos da personagem e isso culminou em um momento interativo de confecção de penteados, uso de vestimentas que remetiam à África (produzidas pelas professoras) e sessão de fotos. Foi um momento pensado não apenas como reprodução de penteado, pois essa interação requer muito mais. De acordo com Gomes.

Compreender a complexidade na qual a construção da identidade negra está inserida, sobretudo quando levamos em consideração a corporeidade e a estética, é uma das tarefas e desafios colocados para os educadores. Deveria, também, ser uma das preocupações dos processos de formação de professores quando estes discutem a diversidade étnico-cultural. Os professores trabalham cotidianamente com o seu próprio corpo. O ato de educar envolve uma exposição física e mental diária. Porém, ao mesmo tempo em que se expõem, os educadores também lidam com o corpo de seus alunos e de seus colegas. Esses corpos são tocados, sentidos. A relação pedagógica não se desenvolve só por meio da lógica da razão científica, mas também, pelo toque, pela visão, pelos odores, pelos sabores, pela escuta. Estar dentro de uma sala de aula significa colocar a postos, na interação com o outro, todos os nossos sentidos (GOMES, 2003, p.173).

Nesse sentido, a ação de pentear um cabelo e contar histórias remete a memórias familiares e culturais. Assim, procuramos pensar nos pequenos mas significativos detalhes como: os tipos de cremes utilizados; a forma de umedecer ou não os cabelos; quais seriam as escovas e pentes necessários e adequados para cada tipo de cabelo e até como separá-lo.

Para Gomes, “o cabelo é um dos elementos mais visíveis e destacados do corpo. Em todo e qualquer grupo étnico ele é tratado e manipulado, todavia a sua simbologia difere de cultura para cultura. Esse caráter universal e  particular do cabelo atesta a sua importância como símbolo identitário” (GOMES, 2003, p. 174).

Recebemos relatos positivos das famílias sobre o dia do penteado, porém um deles nos chamou a atenção: a mãe relatou que a sua filha saiu da escola com o penteado da Obax e foi para outra escola que estudava no período da tarde. Assim que chegou foi questionada pelos colegas sobre o penteado. Isso levou a um envolvimento da professora, que se preocupou em conversar com seu grupo e trazer para a roda de que a fala e ação das crianças não devem ser ignoradas ou  a história que havíamos contado para as crianças. Foi muito legal ver que o trabalho desenvolvido na EMEI ultrapassou nossos muros e aguçou a curiosidade de outras crianças. O fato de essa professora demonstrar preocupação em envolver a turma, buscando contextualizar a situação, demonstrou sua sensibilidade.

Outro momento de grande felicidade  para as crianças foi o dia do penteado afro, que surgiu da história da Obax. As crianças se entusiasmaram com os birotes nos cabelos das personagens e isso culminou em um momento interativo de confecção de penteados, uso de vestimentas afro (produzidas pelas professoras) e sessão de fotos. Esse momento foi pensado não apenas como reprodução dos penteados, pois essa interação requer muito mais. Implica a forma de ação e contato da professora, pois a ação de pentear um cabelo conta histórias, vem de uma tradição cultural. Os tipos de cremes, molhar bem os cabelos, escovas e pentes utilizados para cada tipo de cabelo. O aconchego e carinho ao separar as mechas e pentear com cuidado.

Figura 29: Foto coletiva da turma Sonhos no dia do penteado inspirado no livro da  Obax

Fonte: Arquivo da professoras

Considerações finais

O projeto Infância, arte e cultura  proporcionou descobertas, aguçou a curiosidade e promoveu a valorização das diferentes culturas. Hoje vivenciamos o encantamento pelas histórias africanas, a procura do lápis de cor com o tons de pele perfeitos para colorir cada personagem. As crianças descobriram através da leitura que há vários tipos de penteados africanos e apreciaram essa diversidade, pedindo para os familiares os reproduzirem. A arte foi valorizada dentro e fora da escola, visto que algumas crianças pediram para visitar algumas galerias de arte e uma delas foi até a cidade de Rio Acima com a família para tentar conhecer o pintor Ricardo Ferrari.

Para nós professoras, mediar, fazer parte desse percurso e proporcionar aos pequenos colocar a mão na massa, se debruçar num universo de conhecimentos, protagonizando o processo, explorando espaços, corporificando a experiência em vivências que fogem da sala de aula e do papel/lápis nos possibilitou  externar nossas concepções de ensino\aprendizagem, de criança e suas relações. Tudo isso proporcionou aprender, investigar e ampliar nossa visão de mundo junto com as crianças. Não bastou sermos mediadoras e expectadores na construção do saber nessa vivência, foi preciso sermos participantes dela, o que foi encantador e valioso.

Referências

Busch, Ana. Um mundo de crianças. 1. ed. São Paulo: Panda Books, 2007.

NEVES, André. Obax. 14ª reimpressão. São Paulo: Brinque-Book, 2010.

Fidalgo, Lúcia. Com vontade de pintar o mundo. 1. ed. São Paulo: Paulus, 2006.

França, Rodrigo. O pequeno príncipe preto. 1. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2020.

GOMES, Nilma. Educação e Pesquisa. São Paulo,v.29, n.1,p. 167-182,jan./jun.2003

hooks, bell. Meu crespo é de rainha. 1.ed. São Paulo: Boitatá, 2018.

Conway, David. Lila e o segredo da chuva. 3ª reimpressão. São Paulo: Biruta, 2010.

Smith, Alex T. Chapeuzinho e o leão faminto. 1. ed. São Paulo: Brinque-Book, 2019.

Vilela, Fernando. Abrapracabra no mundo. 1. ed. São Paulo: Brinque-Book, 2021.

Yousafzaí, Malala. Malala e seu lápis mágico. 1ª ed. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2018.


[1] Moral, Sílvia. Ubuntu. 1. ed. São Paulo:Instituição Santillana, 2020. https://hypescience.com/25-criancas-de-diferentes-paises-sao-fotografadas-com-o-que-comem-em-uma-semana/

[2] A música Olelé Mlibá Makasi foi trabalhada como forma de despertar o interesse das crianças para uma cultura infantil que lhes é diferente.Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LBb4xM–juY. Acesso em: Vídeo original disponível em:    • Olélé Moliba Makasi – Berceuse Africa…   Tradução e pesquisa: Diásporas das Nações Africanas (DNA – África). Acesso em:

[3] Greg Segal Gregg Segal estudou fotografia e cinema na Cal-Arts (BFA), redação dramática na New York University (MFA) e educação na University of Southern California (MA) https://www.lensculture.com/gregg-segal

SANTOS, Denise Alves dos. MARTINS, Danielle Rocha Rosa. Infância, Arte e Cultura:  uma experiência de aprendizagem com turmas de 4  e 5 anos. Revista Brasileira de Educação Básica, Belo Horizonte – online, Vol. 7, Número Especial A escola no pós-pandemia, novembro, 2023, ISSN 2526-1126. Disponível em: _LINK_.Acesso em: XX(dia) XXX(mês). XXXX(ano).

Imagem de destaque: Foto coletiva da turma Sonhos no dia do penteado inspirado no livro da Obax. Fonte: Arquivo das autoras

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