CHAMADA PARA EDIÇÃO ESPECIAL: EDUCAÇÃO E DESASTRES MINERÁRIOS

O que te provoca a falar de educação em tempos de desastres?

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O grupo de pesquisa Educação, Mineração e Território (EduMiTe), sob coordenação de Lussandra Gianasi (IGC-UFMG) e Daniela Campolina (Professora da Educação Básica) em parceria com a Revista Brasileira de Educação Básica (RBEB) convidam, no período de 19 de julho a de 13 de setembro, professoras (es) das escolas básicas e/ou professoras (es) participantes de grupos de pesquisa e ou extensão cujas experiências, reflexões e investigações críticas estejam voltadas e atuem na temática da edição especial Educação e Desastres Minerários. O número especial é um dos produtos do projeto de Extensão “Mapeamento e visibilização de práticas didáticas e desafios de professores na bacia do Rio Doce afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão da Samarco”, que dialogará com o Seminário Educação, Mineração e Segurança Hídrica em Minas Gerais a ser realizado entre 31 de janeiro e 05 de fevereiro de 2021, ambos vinculados ao programa de extensão Participa UFMG Mariana-Rio Doce da Pró Reitoria de Extensão – UFMG.  O Seminário integrará a Campanha Janeiro Marrom (https://www.janeiromarrom.com.br/). O Janeiro Marrom é uma campanha para lembrar o desastre-rompimento da Vale em Brumadinho e no rio Paraopeba, ocorrido em 2019, e enfatiza alertar sobre os riscos constantes de desastres minerários. 

O Brasil tem sido palco de diversos desastres de rompimento de barragens de rejeitos de mineração e enfrenta dramaticamente um cenário de pandemia causada pelo novo coronavírus. Os desastres provocados em 2015 pelas mineradoras Samarco-Vale-BHP em Mariana e ao longo da bacia do rio Doce, assim como o desastre provocado pela mineradora Vale S.A. em 2019, em Brumadinho e no rio Paraopeba, colocaram em debate, mais intensamente, as controvérsias e impactos da atividade minerária nos territórios. E no percurso da lama dos rompimentos ou mesmo da lama invisível (de barragens que podem romper) há também escolas. Neste sentido, busca-se que nesta edição sejam visibilizadas práticas pedagógicas sob um olhar crítico, que discutam os discursos postos sobre mineração em um contexto diferente dos que observamos nos livros didáticos e nas atividades que estão presentes no cotidiano de escolas em que a mineração atua.

Mesmo que sob ameaça, muitas (os) professoras (es) e ativistas ainda seguem trabalhando e lutando em conjunto, visando transformar a realidade e evitar perseguição e isolamento de quem ousa denunciar e mobilizar-se contra os abusos da exploração mineral. Nesse sentido, esta edição pretende apresentar sob a voz dos autores por meio de suas práticas, um estímulo ao debate em relação aos impactos dessa atividade no cotidiano de professoras (es), comunidades e escolas, mesmo que em contextos em que há históricos de perseguição e judicialização da luta contra a ação das mineradoras.

A RBEB é um periódico eletrônico, de acesso aberto, para a divulgação das experiências escolares e das pesquisas em educação desenvolvidas nas escolas brasileiras. Apresenta-se como um meio de divulgação entre a universidade e a educação básica na abertura de um caminho possível para a comunicação dos saberes de professoras (es). A edição será em parceria com o projeto de extensão “Mapeamento e visibilização de práticas didáticas e desafios de professores na bacia do Rio Doce afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão da Samarco” (SIEX – 404044) e o Grupo de Pesquisa Educação, Mineração e Território (EduMiTe). O EduMiTe tem como objetivo levantar, construir, analisar e divulgar dados geoespaciais de forma didática sobre barragens de rejeito de mineração enfatizando a escala da bacia hidrográfica e os impactos dessa atividade minerária no nível territorial do afetado/atingido. O grupo está organizando também um observatório de barragens de rejeitos de mineração e por meio de construções coletivas, à luz de Paulo Freire e dos referenciais de ciência cidadã, busca criar sobre materiais didáticos e instrumentos formativos envolvendo a mineração e seus impactos em uma perspectiva territorial. O EduMiTe foi estruturado a partir da iniciativa das professoras-pesquisadoras Lussandra Gianasi e Daniela Campolina que atuam há alguns anos na formação de professores e construção coletiva de práticas didáticas envolvendo educação, mineração e gestão participativa das águas em territórios de bacias hidrográficas. Hoje é composto por professores da educação básica do ensino superior, universitários e ativistas.  

 A partir do pressuposto de que as (os) professoras (es) comunicam suas práticas docentes e suas reflexões a respeito da escola e de sua profissão, queremos convidá-las (os) a também comunicarem por meio de textos e vídeos na Edição Especial Educação e Desastres Minerários. A RBEB está aberta ao recebimento de artigos, relatos de experiências e vídeos. Para mais informações sobre cada uma dessas modalidade de divulgação e de qual possa lhe interessar, veja as informações completas abaixo:

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