Editorial |
A edição número 28 da Revista Brasileira de Educação Básica conta com vinte autores, sendo composta por quinze mulheres, distribuídas entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Piauí, Ceará e Paraná. Pensando sobre as autoras, suas respectivas formações acadêmicas, sua atuação e sua região, é possível destacar que cinco professoras com pós-graduação atuam como professoras da Educação Básica, enquanto duas com pós-graduação atuam como professoras do Ensino Superior. Essa edição também conta com a contribuição de duas graduandas e duas estudantes do ensino médio. É interessante notar como estão distribuídas essas formações acadêmicas pelas regiões do país. Três doutoras são da região sudeste e uma do nordeste, duas mestres são da região sudeste, duas da do sul e duas do nordeste. Uma graduação e duas graduandas da região sudeste e as duas estudantes do ensino médio são da região nordeste.
O que essas informações representam tendo em vista o debate sobre Educação Básica no Brasil?
Esse é um pequeno recorte do perfil da autoria na Revista Brasileira de Educação Básica. Esse exercício de construção de perfil de nossas autoras e autores nos ajuda a compreender quem escreve para a nossa revista. Afinal, quem são os autores e autoras da RBEB e o que estão entregando para o debate em educação?
Ao longo de 28 edições cerca de 500 autores publicaram na RBEB e hoje temos a oportunidade de conhecer quantitativamente quem são. A bolsista FAPEMIG Izabella Flores vinculada a pesquisa “Pensar a Educação pensar o Brasil – divulgação científica e formação docente a partir da indissociabilidade entre extensão, pesquisa e ensino” financiado por Emenda Parlamentar da Deputada Estadual Beatriz Cerqueira, desenvolve uma pesquisa para conhecer como se deu a divulgação das experiências, investigações e reflexões das professoras e professores na RBEB ao longo desses últimos 7 anos. Um dos objetivos dessa investigação é justamente compreender quem são as/os nossas/os autoras/es, qual a compreensão do projeto editorial da revista a partir do retorno de nossas/os autoras/es e o impacto desse projeto político editorial que é, antes de mais nada, voltado para o fortalecimento da autoria docente por meio do reconhecimento político e social das professoras/es na participação no debate público brasileiro.
De tempos em tempos é necessário retomar um projeto, avaliá-lo, atualizá-lo e renová-lo, para isso é necessário também retomá-lo a fim de realizar essas mesmas operações tendo em vista mudanças necessárias para a sua própria existência e manutenção.
A Revista Brasileira de Educação Básica pensada ao longo de 2015 e criada em outubro de 2016 dentro do então programa de Extensão Pensar a Educação Pensar o Brasil (1822 – 2022) é um projeto editorial destinado à divulgação das experiências, investigações e reflexões das professoras e professores da Educação Básica. O periódico tem como missão a valorização e fortalecimento da autoria docente por meio do diálogo entre universidade e escola básica.
Esse projeto editorial acontece por meio de um modo de fazer que se dá através do diálogo entre editores adjuntos e autores nas modalidades de texto de divulgação científica que são: o artigo científico e o relato de experiência. Entretanto, esses formatos coexistem com um outro formato que é a página web hospedado em um site rbeducacaobasica.com.br pensado e diagramado para ampliar a circulação dessas contribuições.
A partir desta edição de número 28 teremos a oportunidade de conhecer as escolhas editoriais, resultados da investigação no Blog da Editoria. O Blog foi criado para apresentar para os nossos leitores e leitoras algumas dessas escolhas e suas consequências tendo em vista a divulgação do conhecimento a partir do diálogo entre escola e universidade.
Produzida dentro de um Programa de Extensão, o Pensar a Educação, as condições de existência da revista estão intrinsecamente aliadas ao papel formativo dos bolsistas dentro da extensão da UFMG. Esses estudantes executam tarefas como o design dos textos no site, montagem dos artigos, produção de peças de divulgação e investigação.
É o que conheceremos no texto da bolsista Ana Miranda do curso de Letras da UFMG “Por que usar a página web para divulgar?”. A Nalú, como prefere ser mencionada, realiza um trabalho de revisão de todos os textos da revista desconfigurados devido a uma mudança de servidor realizada neste semestre. As atividades da Nalú estão diretamente relacionadas às escolhas de formato, layout e design do site, ou seja, as consequências em dar à página web lugar privilegiado na circulação das contribuições, bem como a coexistência de formatos, como o pdf.
Além do texto da Nalú, temos também o texto “Por que não somos indexados?” da bolsista Izabella Flores, estudante do curso de História e bolsista Fapemig. Uma das reflexões da qual convidamos a Izabella a realizar diz respeito à escolha editorial pela não indexação da revista. Nos perguntamos quais as consequências em optar pela não indexação e como isso contribui ou não para o fortalecimento ou desse projeto editorial.
O estudo investigativo, as atividades de formação em extensão, a Faculdade de Educação, a Pró-reitoria de Extensão e a produção da RBEB dentro do Programa de Extensão Pensar a Educação são os espaços para a criação de condições, reunião de informações e análises para um amplo debate tendo em vista a atualização desse projeto editorial em circulação desde 2016. Estamos alcançando nossos objetivos como periódico? Quais as mudanças necessárias que devem ser realizadas?
E você professor/a pesquisador/a na condição de leitor/a ou autor/a? O que acha necessário para a adequação de um projeto editorial tendo em vista a circulação da sua contribuição no debate público sobre a Educação básica brasileira?