Editorial
Editorial – RBEB 16
Lançamos hoje dia 7 de maio, dia da Marcha Virtual pela Ciência, o décimo sexto número da Revista Brasileira de Educação Básica. Hoje, milhões de estudantes não estão nas salas de aula das escolas brasileiras de ensino básico, bem como os seus professores, que não estão realizando suas aulas presencialmente. Enfrentamos, neste dia, mais de 50 dias de isolamento social diante da pandemia do novo coronavírus no Brasil e encaramos um debate que se estabelece sobre a importância da escola, do direito à educação e das condições de trabalho docente.
Nessa Marcha Virtual pela Ciência reforçamos a importância da ciência, da educação, da saúde e da democracia no país, através da defesa do investimento e do reconhecimento da importância da comunicação. Vivemos um momento dramático em que comunicar as investigações, os processos científicos e as reflexões em torno da produção do conhecimento nunca se mostrou tão importante na consolidação de ações coletivas e políticas.
Este também é o compromisso da Revista Brasileira de Educação Básica, comunicar as investigações, as reflexões e as experiências docentes de professores nas escolas de ensino básico brasileiras, bem como dos pesquisadores e estudantes que estão se formando para a docência. Com isso, reforçamos a importância do trabalho docente demonstrada na reflexão e na investigação da sua prática ancorada dentro de debate sobre a educação.
Nessa edição você tem a oportunidade de conhecer a experiência da professora de Língua Portuguesa na Escola Estadual Anita B.Brandão, e também professora na Faculdade de Educação – UEMG, Ivane Perotti. No texto Universidade e Educação Básica integrando saberes a autora apresenta, através de oficinas realizadas no espaço de duas instituições escolares, as experiências do saber e da aprendizagem com os sujeitos da educação da escola de educação básica e a escola superior de ensino.
No texto Deficiência visual: Formação docente e inclusão, as professoras Daiana Zanelato dos Anjos, Simone de Mamann Ferreira, Kalina Salaib Springer compartilham vivências relacionadas à organização e à execução de uma oficina sobre Deficiência Visual oferecida aos estudantes das licenciaturas da Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC.
Jefferson Braga de Oliveira, professor nas redes municipais de educação da Grande Florianópolis e da rede de ensino do Estado de Santa Catarina, apresenta no texto Fotografias e outras imagens no ensino de História as concepções teóricas e metodológicas que envolvem o uso das fotografias no aprendizado das noções de temporalidade e espacialidade com base na experiência prática no campo de estágio realizada em uma escola da rede pública de ensino de Florianópolis, SC.
Os pesquisadores Heriberto Silva Nunes Bezerra e Tatiani Daiana de Novaes diante de um cenário de dificuldades por parte dos alunos em resolver problemas matemáticos contextualizados, utilizaram práticas transdisciplinares, lúdicas e interativas na apreensão do conhecimento. O artigo Transdisciplinaridade entre Língua Portuguesa e Matemática no processo de ensino e aprendizagem: relato de experiência em escola da rede privada em Natal (RN) relata a experiência em escola da rede privada na cidade de Natal em 2019 voltado para a interdisciplinaridade entre Matemática e Língua Portuguesa.
Marcela Caroline Albuquerque Horta e Cristina de Lima Cardoso, professoras na Escola Municipal Ignácio de Andrade Melo apresentam no artigo Do literário ao teatral: EMIAM em cena com Morte e vida Severina um relato de experiência sobre um projeto desenvolvido na Escola Municipal Ignácio de Andrade Melo (EMIAM), da Rede Municipal de Educação, da cidade de Belo Horizonte, em que, motivados pela leitura da obra literária “Morte e vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, alunos do 9º ano encenaram trechos da obra.
Com o objetivo de investigar as Concepções Alternativas de estudantes de ensino médio sobre Funções Orgânicas e suas relações com o meio ambiente Francisco Espedito Diniz, Oberto Grangeiro da Silva, Clécio Danilo Dias-da-Silva, Daniele Bezerra dos Santos apresentam no artigo Análise das concepções alternativas dos estudantes de Ensino Médio sobre as funções orgânicas e suas relações com o meio ambiente a pesquisa desenvolvida com 36 estudantes do 3º ano do ensino médio de uma escola pública do município de Encanto, RN.
Além dos artigos e relatos de experiências enviados para a RBEB, nesta edição recebemos o texto de opinião A emergência de figuras femininas do Brasil Império na sala de aula – uma experiência de estágio, docência e pesquisa da Tayanne Morais da Silva, estudante de licenciatura em História em Pernambuco na UFPE onde reflete sobre como sua prática docente, mesmo que distanciada de uma história tradicional, ainda estava condicionada aos limites de uma narrativa histórica de caráter androcêntrico. O texto de opinião da professora da UERJ Tatiana Galieta Por que a ciência está perdendo a disputa de conhecimentos? provoca a reflexão sobre a perda de reconhecimento social da ciência dentro de um debate entre Ciência Moderna, o ensino de Ciências e as questões sociais. E, Jackson Barbosa da Costa, no texto de opinião Raça, origem social e desigualdade educacional propõe uma reflexão entre as correlações de raça, origem social e desigualdade educacional, a partir de alguns referenciais da sociologia e da educação considerando elementos imprescindíveis para a construção de uma escola justa, democrática e cidadã, incluindo o papel político que o professor é chamado a ter, dentro de um quadro histórico de subdesenvolvimento.
A edição também apresentamos o artigo (Neste) espelho onde o refletido me interroga: Múltiplos letramentos, literatura e audiovisual no trabalho com projeto em uma turma de EJA das autoras Álida Angélica Alves Leal e Ana Rita Santos que descreve e analisa uma experiência de trabalho com projeto desenvolvido em 2017, a partir de registros em diários de campo, vídeos, fotografias e produções textuais. Por fim, a edição ampliamos a circulação do Programa Extra-Classe do SinPro Minas Profissão Docente veiculado na Rede Minas.
Boa leitura a todas e todos.