Saberes em conexão
Aline Rogeria de Oliveira Ramos
Sou professora há 33 anos da Rede Municipal de Belo Horizonte. Estou no cargo de Coordenação Pedagógica Geral há 3 anos. Sempre trabalhei com desenvolvimento de projetos sobre questões étnico raciais e de gênero, sobre africanidades, literatura, arte, sequências didáticas. Estive na coordenação pedagógica por diversos anos. Já estive no acompanhamento às escolas na Dire. Gosto de ler sobre tudo e para todos.
Contato: aline.ramos@edu.pbh.gov.br
Andréia Cristina Pereira
Mestre em educação (2022) pelo Promestre/UFMG. Sou graduada (2006) em Normal Superior, pela Unipac Raposos. Presidente da Associação Cultural Odum Orixás de Belo Horizonte. Membra da ABPN ( Associação Brasileira de Pesquisadores Negros(as); do Núcleo de Performatividade Negra do Galpão Cine Horto; da Coordenação Ampliada do NERER/PBH. Professora Municipal da Educação Básica e Educação Infantil na rede Municipal de Educação de Belo Horizonte – MG.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8284689195134637
Orcid: https://orcid.org/0009-0009-8181-4658
“…O que os livros escondem, as palavras ditas libertam. Gosto de dizer ainda que a escrita é para mim o movimento de dança-canto que o meu corpo não executou, é a senha pela qual eu acesso o mundo. O mar vagueia onduloso sob os meus pensamentos. A memória bravia lança o leme: recordar é preciso…” Conceição Evaristo
Contato: andreia.pereira@edu.pbh.gov.br
INTRODUÇÃO
“…O conhecimento se faz articulando conexões entre os elementos que se apresentam nos campos da experiência, educação e a mediação dessa articulação, com suas intenções, entre os conhecimentos e as práticas históricas…” (Rosa, 2019, p.137.)
A proposta aqui apresentada relata em alguma medida o fazer pedagógico de duas professoras, da rede Municipal de educação que acreditam nas conexões escolares, para além da escola, transpondo o modelo educacional, que restringe o saber e a “sua” vivência ao ambiente escolar.
É sabido que houve um momento na história da humanidade em que a escola não era necessária. A educação das crianças se fazia unicamente por imitação dentro dos lares. Mas superamos esta fase histórica e hoje podemos contar com a escola. Reconhecemos que a escola é uma das instituições sociais responsável por receber a criança, onde ela aprende, se desenvolve enquanto pessoa. O professor é o profissional responsável por conduzir o processo de aprendizagem dessa criança, preparado para trabalhar seu desenvolvimento linguístico e cognitivo. E a criança? E que processo é este? De que forma este processo se dá? Qual a intenção e importância pedagógica de cada ação no espaço escolar?
É preciso pensar aqui para responder tantas perguntas.
Quem é a criança?
É possível apontar inicialmente que a criança é o ser que elabora hipóteses o tempo inteiro, para explicar o mundo que a cerca, os acontecimentos da natureza, as descobertas do ser humano, seu próprio corpo, os segredos da escrita. Estando no espaço escolar, criança e professor se completavam neste processo de construção do conhecimento e caminhavam enfrentando pequenas dificuldades e vencendo desafios do dia a dia. Mas veio o inesperado. A quarentena. Não tínhamos respostas, perdemos a zona de conforto.
De repente, sobrou um grande silêncio e uma certeza de que, embora não soubéssemos o quê, era necessário fazer algo. Neste ponto é imperativo afirmar que, durante a quarentena, a criança não deixou de elaborar hipóteses. Com certeza, as dúvidas eram maiores. O educador tem um lugar de referência na vida de cada criança, e ocupar ou não este lugar neste momento de isolamento social era uma decisão mais que profissional, era uma decisão ética, política, que fala de uma visão ampla de mundo. Xavier Nogueira optou por estabelecer conexões, conexões do saber.
Depois do susto… AÇÃO!!! Ação esta pensada, organizada e ponderada naquele momento pela coordenação e direção da escola. Percebemos a necessidade de criação de uma plataforma da escola para postar as atividades, manter contato com as famílias. Surgem ideias, possibilidades: site, blog, Instagram, Facebook, apostilas impressas. Neste contexto tínhamos uma infinidade de atravessamentos e respostas para as quais não tínhamos resposta. Como lidar com o risco da contaminação? Quem produziria o material? Qual tempo utilizaríamos para esta produção? O professor seria convocado? As horas serão computadas? Como funcionariam os grupos de WhatsApp? Quem mediaria os grupos? Por quanto tempo? E quando?
Inicialmente o objetivo inicial era estabelecer vínculo afetivo com as famílias, fosse por estes grupos de WhatsApp, Facebook ou Instagram. Neste ponto vamos nos ater a falar das experiências em torno das duas últimas redes.Um ponto importante a ser mencionado nesta conversa são todos os diálogos necessários no sentido de não produzir exclusões, aumentar o abismo existente nas experiências em uma comunidade tão diversa. Apesar disto, encontramos algumas respostas: o Facebook da escola tornou-se ponte entre família\escola, otimizando contatos, aproximando as pessoas, facilitando as relações e, acima de tudo, trazendo muita alegria a alunos, professores, funcionários e famílias. É importante mencionar que nossas redes sociais iniciaram suas atividades em 01 de junho de 2020, no auge da pandemia.
Já o Instagram da escola, neste momento, era uma novidade, após sua criação em 08 de julho de 2020, passou a divulgar as mesmas postagens do Facebook, com a intenção de atingir um alcance maior no que refere-se à divulgação e alcance da comunidade às postagens. Neste ponto é pertinente mencionar que, embora as duas ferramentas, Facebook e Instagram, não atingissem toda a comunidade escolar, foram elementos primordiais no fazer pedagógico de nossa escola naquele momento e ressignificados, cumprindo o mesmo papel hoje.
Durante o período mais critico da pandemia, partilhamos vídeos, músicas e brincadeiras a fim de interagir com as famílias. Hoje, vivenciando este momento em que as crianças já retornaram à escola, nossa produção ressignificada ocupa o espaço de divulgar as vivências pedagógicas dos estudantes de nossa escola, com as familias, a comunidade escolar. Partilhamos as atividades realizadas por nossos estudantes em nossas redes e junto delas o objetivo pedagógico, para que os pais possam entender, acessar e perceber em alguma medida as situações pedagógicas propostas no espaço escolar.
Neste contexto temos a intenção, com a divulgação do trabalho pedagógico nas redes sociais, o desejo de, como aponta hooks (2017), fazer da sala de aula um contexto democrático em que todos sintam a responsabilidade de contribuir, é um objetivo central da pedagogia transformadora. No sentido ou com desejo de promover mudanças integrais na vida dos indivíduos, neste caso não só nossos alunos no que refere-se a ocupar o mundo de maneira crítica, atenta e engajada, não só reproduzindo, mas, sendo agentes e protagonistas de uma mudança real em si e no espaço que ocupam ou vierem a ocupar.
Referencial teórico
A intenção educativa, nesta experiência pedagógica, foi balizada pelo conceito de redes sociais de alguns autores. Então é intenção neste espaço apresentar as linhas de pensamento que nos auxiliaram na sua proposição.
Assim sendo iniciamos a presente exposição com Zenha (2017). A autora conceitua rede social online como uma representação de relacionamentos afetivos e/ou profissionais entre indivíduos que se agrupam a partir de interesses mútuos e tecem redes informacionais por meio das trocas discursivas realizadas no ambiente virtual.
Já Marteleto (2001) aponta que “o fenômeno da conectividade é que constitui a dinâmica das redes e existe apenas na medida em que as conexões forem estabelecidas”.
Além disto, para Sodré (2002, p.14), rede é
“onde as conexões e as interseções tomam o lugar do que seria antes pura linearidade”. Essas conexões e interações no âmbito das redes sociais ocorrem pelo contato direto (face a face) e pelo contato indireto utilizando-se um veículo mediador, como a Internet, o telefone ou outro meio. Enfim, podemos dizer que redes sociais envolvem um conjunto de atores que mantêm ligações entre si.
Considerando ainda neste ponto os atores presentes na equação relativa às redes sociais, é relevante olhar com atenção e cuidado para o exposto por Dixon (2000). A autora levanta aspectos importantes presentes na relação estabelecida no território das redes sociais, no que refere-se à interação entre os indivíduos, com os seguintes apontamentos;
o termo compartilhar tem dois significados: dar uma parte, o que requer generosidade, e ter em comum um sistema de crenças compartilhado. Para a autora, o termo compartilhar que nós usamos frequentemente, quando falamos do intercâmbio de conhecimento, pode aparentar uma escolha de palavras um tanto estranha, pois usualmente são utilizados termos como capturar, disseminar ou transferir. Mas a palavra certa nesse contexto é realmente compartilhar, que implica a ideia de dividir alguma coisa que possuímos.
Pode-se dizer que a ação de compartilhar é neste sentido um braço importante da aprendizagem, pois oportuniza ao indivíduo saber de e sobre elementos que não alcançavam sua realidade, suas vivências. O próprio compartilhamento cria uma cultura, um espaço para a aprendizagem, que se dá no espaço e na disposição da troca. Neste sentido é pertinente considerar o que apresenta Moura, no fragmento de texto abaixo:
A presença indiscriminada de atores humanos e agentes artificiais em ambientes hiperconectados exige a reconfiguração dos processos de produção do conhecimento e autoriza o surgimento da autoridade epistêmica distribuída. (Moura, 2019. p.61).
Assim é possivel dizer que o afirmado por Moura e os autores que referenciam o relato deste processo corrobora em alguma medida a ação, a escolha pedagógica de partilhar com a comunidade escolar o fazer e o seu objetivo , já que propicia circulação, ampliação e partilha de conhecimentos, além de oportunizar a produção de outros.
A sala de aula para além da sala de aula
Neste espaço é intenção detalhar como deram-se as ações nas redes sociais da escola. A ação em pauta pode ser divida em 3 momentos: 2020, 2021 e 2022. Cada um destes anos é marcado por uma característica e ela relaciona-se intrinsecamente com as necessidades e fazer pedagógico no espaço escolar.
Inicialmente em 2020, o primeiro momento, as redes sociais foram alimentadas pela professoras Fabiana Ligório e Ligia Brunneli, ambas apoio da coordenação em momentos distintos. Eram postados no Facebook (página e fanpage) e posteriormente no Instagram o resultado de propostas de atividades enviadas pelos professores para os alunos no grupo de WhatsApp ou pela apostila, bilhetes de reforço de comunicados importantes da escola para as famílias, informes sobre as questões e aspectos que envolvessem cuidados com a saúde, para as famílias, no caso do Sarcov2 (reforçamos os cuidados relativos à doença). Enfim, um canal de comunicação efetivo e ligado diretamente às necessidades percebidas pela escola, no e para o momento. Seguem abaixo, respectivamente, alguns exemplos do afirmado, assim como o acesso de nossas redes sociais para que possam ser visitadas:
● www.instagram.com/josexaviernogueiraoficial/
● www.facebook.com/emjon.josexaviernogueira.3/
Postagens de 2020
Seguem abaixo as postagens de 2020. Realizamos postagens sobre questões importantes no fazer pedagógico, tais como inclusão, questões étnico raciais, além de usarmos o espaço para a manutenção do vínculo, um espaço para a promoção de protagonismo dos profissionais de nossa escola e nossas crianças, que é possível conferir nos prints abaixo:
Figura 1 e 2: Prints de publicações da página do Facebook da Escola
Fonte: Arquivo das autoras (2021)
Postagens de 2021
Sequencialmente, em 2021, o segundo momento, a rede manteve-se um pouco menos ativa, mais ainda um canal importante de comunicação. Seguimos encaminhando os mesmos processos, a rede era mantida pela professora Fabiana Ligório e pelas coordenadoras da escola. Eram postados vídeos informativos com recados dos professores para as famílias, tivemos também, com o aumento da saudade das crianças da escola, um número de maior de vídeos feitos pelas famílias junto das crianças. Até nossa festa junina foi transmitida. É importante mencionar que as redes foram parte do processo democrático, pois foram usadas para divulgar informações sobre o processo eleitoral para a direção em nossa escola.
Com o retorno presencial das aulas para algumas crianças, as redes foram utilizadas para mostrar um pouco do dia a dia, do desenvolvimento das atividades neste novo contexto em que nosso fazer ocupou as duas esferas (remoto e presencial). Vejam logo abaixo o registro fotográfico de duas destas atividades.
Figuras 3 e 4: Prints de publicações da página do Facebook da Escola
Fonte: Arquivo das autoras (2021)
Postagens de 2022
Relativo ao ano de 2022, traremos registro fotográfico até o meio do mês de outubro. As características de postagem no citado ano abarcam e colocam-se no espaço de informar, formar e compartilhar. Continuamos partilhando atividades das crianças, agora todas presencialmente na escola, partilhamos vídeos que tenham ligação com o trabalho desenvolvido pelos professores presencialmente e informações referentes a atualidades para os pais. As redes sociais de nossa escola neste momento têm por objetivo ser também um espaço de formação. Além de postar as atividades realizadas pelas turmas no ambiente escolar, postamos a intenção educativa de cada uma delas. Utilizamos também conteúdos produzidos por instituições educacionais com valores próximos ao nosso fazer, tais como o canal oficial da prefeitura e companhia Cóccix de Teatro, Canal Fafá Conta, página Direito de Inclusão,Portal Lunetas. Por fim, postamos bilhetes escolares e convites do posto de saúde para a comunidade, além dos registros das atividades realizadas em sala de aula, contendo os seus objetivos metodológicos.
Segue um registro de muitos destes momentos, que podem ser encontrados de maneira integral nas redes sociais da escola.
Figuras 5 e 6: Prints de publicações da página do Instagram da Escola
Fonte: Arquivo das autoras (2021)
Análise dos resultados observados
A comunidade está bastante envolvida e participativa nas redes sociais, que tornaram-se um importante canal de comunicação, interação entre a escola e a comunidade escolar. Este novo espaço possibilita às famílias acompanhar, ainda que parcialmente, nosso fazer pedagógico e repensar e observar situações que envolvam seus estudantes. Podemos dizer também que temos um espaço de afeto com as famílias, que comentam as postagens, identificam os filhos, as atividades vivenciadas por eles e se sentem felizes por isto. Podemos afirmar inicialmente que é uma experiência que transborda, transforma e aponta novos caminhos.
Considerações do processo em processo
O saber – talvez fosse melhor dizer o fato de conhecer, visto que é sempre um processo, um ato – implica uma situação dialética. Não há, estritamente falando, um “eu penso”, mas um “nós pensamos”. Não é o “eu penso” que constrói o “nós pensamos”, mas, ao contrário, é o “nós pensamos” que a mim torna possível pensar. (FREIRE, 1981, p. 71)
Considerando neste ponto nosso processo ainda em curso é possível observar o alcance de nossa escolha pedagógica a partir do engajamento da comunidade escolar em nossas redes. Entendemos como importante e potente esta inserção para fortalecer a relação da escola com a mesma. É relevante mencionar aqui que sabemos de nossa responsabilidade com a escolha de tal processo, com a pesquisa, com a busca por formar, e informar aqui tem a ver com nossa intenção de promover mudanças sociais efetivas na trajetória de nossos estudantes. É significativo e ponderado por nós o fato de não sabermos o alcance das nossas postagens. Não é possível, para nós, mensurar ou alcançar as mudanças promovidas ou que virão. Acreditamos, assim como Paulo Freire, que toda construção se dá a partir do nós. Assim sendo, conexões do saber é nossa maneira, um caminho possibilitante para o novo. Este é nosso caminho, nosso plantio, porque acreditamos de verdade que tudo que plantamos pode florescer.
Referências
DIXON, Nancy. Common knowledge: how companies thrive by sharing what they know. Harvard: Harvard Business School Press, 2000.
HOOKS, bell. Ensinando a Transgredir: a educação como prática de liberdade. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. 2. ed, São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2017.
hooks, bell. Ensinando comunidade: uma pedagogia da esperança. São Paulo: Elefante, 2021.
MARTELETO, Regina Maria. Análise de redes sociais: aplicação nos estudos de transferência da informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 30, n. 1, p. 71-81, jan./abr. 2001.
MOURA, Maria Aparecida.Ciência da Informação e humanidades digitais: mediações, agência e compartilhamento de saberes. Perspectivas em Ciência da Informação [online]. 2019, v. 24, n. spe , pp. 57-69. Disponível em:<https://doi.org/10.1590/1981-5344/3893>. Epub 05 Set 2019. ISSN 1981-5344. https://doi.org/10.1590/1981-5344/3893. Acesso em 23 Out 2022.
ROSA, Allan da. Pedagoginga, autonomia e mocambagem. São Paulo: Pólen, 2019.
SODRÉ, Muniz. Antropológica do espelho: uma teoria da comunicação linear e em rede. Petrópolis: Vozes, 2002.
Tomaél; Maria Inês; Alcará; Adriana Rosecler e Di Chiara; Ivone Guerreiro.Das redes sociais à inovação. Ciência da Informação [online]. 2005, v. 34, n. 2 , pp. 93-104. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-19652005000200010>. Epub 12 Abr 2006. ISSN 1518-8353. https://doi.org/10.1590/S0100-19652005000200010. Acesso em 22 Out 2022.
ZENHA, Luciana. Redes sociais online: o que são as redes sociais e como se organizam? Revista Uemg.br. 2018.Disponível em: <https://revista.uemg.br/index.php/cadernodeeducacao/article/view/2809>. Acesso em 21 out 2022.
PEREIRA, Andréia Cristina. RAMOS, Aline Rogéria de Oliveira Ramos. Saberes em conexão. Revista Brasileira de Educação Básica, Belo Horizonte – online, Vol. 7, Número Especial A escola no pós-pandemia, novembro, 2023, ISSN 2526-1126. Disponível em: . Acesso em: XX(dia) XXX(mês). XXXX(ano).
Imagem de destaque: Alma Thomas adorava explorar as cores – o que ela fez como artista e professora de arte em escolas públicas de Washington, DC, por mais de 35 anos. Muitas de suas pinturas incluem apenas uma cor ou algumas cores. Suas pinturas mostram seu amor pela natureza e pela música. Alma Thomas pintou na mesa da cozinha, que tinha vista para o jardim para inspirar suas escolhas de cores e formas de pinceladas. Ela pintou a partir de sua imaginação também. Em algumas de suas pinturas, ela imaginou como seria a aparência da Terra vista do espaço – inspirada nas aterrissagens da Apollo na lua que ela viu na tela da televisão. Alma Thomas, Pansies in Washington , 1969, acrílico sobre tela, Coleção Corcoran (Presente de Vincent Melzac), 2015.19.144 32 de 35. https://www.nga.gov/features/black-artists.html