E.E Paulo Freire

E.M. Paulo Freire (BH): Marcas de uma gestão de democrática

Adriana

Adriana Viana de Souza

Adriana Viana de Souza, pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia. Professora da rede Municipal de Belo Horizonte desde de 2009, tenho experiência em sala de aula, coordenação de Escola Integrada e direção e gestão escolar.

e-mail: a.v.souza@edu.pbh.gov.br

Cristiane

Cristiane Paula da Silva

Cristiane Paula da Silva, pedagoga, pós-graduada em Esportes e atividades físicas inclusivas para pessoas com deficiência e Tecnologias Digitais e Educação 3.0. Professora da Rede Municipal desde 2011, experiência em sala de aula e coordenação pedagógica de ensino fundamental.

e-mail: cristiane.pa@edu.pbh.gov.br

Érika

Érika Fernanda Cecílio

Érika Fernanda Cecílio, pedagoga, pós-graduada em Educação Musical e Educação Integral, graduanda em Psicologia. Professora da Rede Municipal desde 2001, tem experiências em sala de aula, coordenação, direção e gestão municipal na área de Educação Integral e Integrada.

e-mail: erika.cecilio@edu.pbh.gov.br

Um pouco da nossa história

 “Todo amanhã se cria num ontem através de um hoje (…) Temos que saber o que fomos e o que somos, para sabermos o que seremos.”
(Paulo Freire)

A Escola Municipal Professor Paulo Freire se caracteriza pela gestão democrática e coparticipativa desde o início da sua história. Essa construção não se ancora somente na promulgação da Lei de Diretrizes e Bases (Lei n°. 9394/96 em seu art. 12, inciso I, art. 13, inciso I e no art. 14 incisos I e II) que estabelece orientação legal de confiar à escola a responsabilidade de elaborar, executar e avaliar seu projeto pedagógico. A gestão da escola Paulo Freire se confunde com a história de sua criação, que envolveu mais do que a construção física, arquitetônica, mas também um processo de mobilização em torno da existência da escola, já que foi construída com recursos do orçamento participativo.

Assim começou essa história repleta de pioneirismo. Com a criação do Orçamento Participativo, na prefeitura de Belo Horizonte no início da década de 90, consultou-se os moradores sobre suas demandas de obras. Havia lá uma creche que funcionava em um espaço improvisado e, com a possibilidade de obras no bairro, os moradores do Ribeiro de Abreu votaram pela construção de uma escola para atender a meninada do entorno. A construção da escola foi uma vitória dos moradores. Desde fazer abaixo-assinado, reuniões, avisos nas igrejas até negociar o valor do terreno com o dono, a comunidade sonhou junto a realidade que neste ano completou 20 anos.

Depois de muita luta, em 14 de fevereiro de 2001, pelo decreto 10.498, foi dada a autorização de funcionamento à escola. Sem ainda possuir um nome de referência, a direção da escola conseguiu mobilizar toda a comunidade para eleger um patrono que representasse a instituição. Foram indicados três nomes: Rita Maria da Silva Otoni (primeira professora da região), Gerson Mário (morador que cedeu seu terreno para a primeira escola do bairro, que era de lata) e Paulo Freire (educador falecido em 1997 que lutou toda a sua vida pela educação popular). Aproximadamente 2400 pessoas participaram desse processo democrático. Foram espalhadas urnas em vários espaços do bairro e, com a maioria dos votos, foi eleito o nome de Paulo Freire. A biblioteca recebeu o nome da professora Rita e o senhor Gerson batizou a quadra.

Depois de meses de trabalho para organização do espaço, a escola foi inaugurada em outubro daquele ano. Professores, pais, estudantes, pessoas da comunidade se envolveram na mudança e limpeza, fazendo um mutirão que a deixou a pronta para receber os educandos. Desde aquele momento busca-se na instituição a construção de relações humanistas baseadas no respeito ao indivíduo.

Desde o início dessa trajetória a relação com a comunidade, as lideranças e as instituições do território é uma característica marcante da escola. Por ter sido um espaço tão desejado pelas pessoas do seu entorno, os pais e a comunidade abraçaram o espaço de forma orgânica. No começo dessa história era comum ver grupos de mães auxiliando em tarefas do dia a dia, como no recreio, acompanhando excursões ou promovendo colônias de férias em janeiro e julho.

A direção promovia a cada ano o “Seminário de Avaliação”, um espaço democrático que contava com a presença de estudantes, pais e educadores para avaliar e discutir propostas de melhorias em todos os setores. No seminário eram discutidos desde a forma de fazer o acolhimento aos educandos na hora da entrada, o formato da festa junina, até a forma de registro de avaliação ou as regras de convivência. As propostas eram votadas e, a cada seminário, eram incorporadas ao Projeto Político Pedagógico e à prática escolar.

Sem perder de vista as referências de educação popular do patrono, na Semana Paulo Freire anualmente todos tinham a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a vida do nosso mestre. Estudantes e famílias participavam das formações promovidas e se apropriavam das bases da pedagogia freiriana. Um momento ímpar do evento ocorrido em 2003 foi quando os professores se dividiram em grupos e se espalharam pela comunidade, visitando os estudantes. Ver in loco onde viviam os educandos e suas famílias trouxe um novo olhar aos educadores e ainda mais proximidade entre família e escola.

Paulo Freire (1992) defendia que uma das bonitezas da prática educativa é o respeito e o reconhecimento do ponto de vista do educando. Assim, buscando coerência entre o discurso e a prática, no que diz respeito à palavra não ser privilégio de algumas pessoas, mas o direito de todos, os estudantes participavam dos Seminários de Avaliação e de assembleias regulares. Nestas, eram discutidas demandas cotidianas, regras eram estabelecidas democraticamente e todos tinham direito a fazer propostas e votar. Cada turma tinha um representante responsável por relatar na assembleia os pontos e as propostas levantadas por cada grupo. Nesse exercício de cidadania, as deliberações guiavam o funcionamento da escola.

Comunicar é costurar e construir. E uma forte marca da instituição em busca de uma gestão participativa e colaborativa é o estabelecimento de parcerias. A seguir, apresentamos uma breve descrição de projetos vivenciados e outros em curso na escola.

Intersetorialidade

 É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança
(Provérbio africano)

 Com o passar dos anos a relação escola-comunidade foi se ampliando, abrangendo as organizações comunitárias, como o COMUPRA (Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro de Abreu) e seu movimento “Deixe o Onça Beber água limpa”, que busca desenvolver ações de luta e conscientização para a despoluição do Ribeirão do Onça, importante rio que circunda todo o bairro. Uma das ações envolveu a criação de uma escola de samba, a “Unidos do Onça”, que tinha o propósito de levar para a avenida temáticas ambientais. A participação da Paulo Freire era muito expressiva. Estudantes e professores se apropriavam do tema, pois o samba-enredo era trabalhado nas aulas como um grande projeto pedagógico, construíam fantasias e adereços com materiais recicláveis e até brilhavam nas alas no dia do desfile.

A “Unidos do Onça” já não existe, mas as ações ambientais do bairro ainda têm o apoio da escola, de maneira mais consistente com o trabalho desenvolvido na oficina de horta do Programa Escola Integrada. Os estudantes adotaram a nascente do bairro, que tem uma guardiã local – D. Júlia[1]. Eles ajudam na limpeza e capina do espaço, levando a consciência ambiental para além dos muros da escola.

Por meio dessa parceria com D. Júlia, desde 2016 a Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas[2] passou a apoiar a escola trazendo conhecimentos de agroecologia, técnicas de produção de orgânicos, compostagem, minhocário, além de contribuir com seus técnicos colocando “a mão na massa”, transformando a horta escolar e estabelecendo o cultivo de uma agrofloresta.

Outra parceria muito importante foi estabelecida com o Posto de Saúde Efigênia Murta. A escola conseguiu uma aproximação através da gerente do posto, o que proporcionou o encaminhamento de diversos estudantes com deficiência, o tratamento, práticas terapêuticas e o diagnóstico efetivo que oportuniza ao estudante a inclusão em diversas políticas públicas, como a possibilidade de um auxiliar de apoio e o atendimento educacional especializado.

Em 2018, o Instituto Elos, ao mapear instituições educativas a pedido da multinacional Thyssenkrupp, desenvolveu a Vivência Oasis[3], que descobriu os sonhos de estudantes e comunidade escolar para a Paulo Freire. Através de um grande mutirão, que além de estudantes e comunidade contou com o apoio de voluntários colaboradores da Thyssenkrupp, foi possível transformar o espaço escolar criando áreas de convivência, lazer, construindo jardins e plantando mudas na agrofloresta. Dessa forma, melhoramos também o ambiente educativo, já que as dimensões transformadoras se relacionam e se complementam.

Passado o mutirão, um grupo de voluntários da Thyssenkrupp se manteve ativo durante todo o ano de 2019, contribuindo com doações mensais de roupas e sapatos e, por meio de doações dos próprios funcionários, executaram um sonho antigo: a captação de água dos bebedouros para irrigação das áreas verdes da escola, tornando a agrofloresta ainda mais sustentável. Ainda fruto dessa parceria, os estudantes puderam visitar a indústria de produção de peças da Thyssenrkrupp. Os alunos do 3º ano viram na prática o que estudaram sobre profissões e os do 9º tiveram um momento de aprendizagem e de pensar em seu próprio futuro profissional.

Outra ONG que estabeleceu parceria com a escola foi a “Movimenta Brasil[4]”. Inicialmente ela proporcionou vivências esportivas pelo projeto “Mais Esporte”, especialmente de basquete, aos estudantes da Escola Integrada. Esse trabalho possibilitou que alguns estudantes descobrissem um talento para esse esporte e fossem encaminhados para o Mackenzie, um time profissional que investe em novos talentos. Tal experiência certamente trouxe uma nova perspectiva de vida para esses garotos.

Em 2019, a Movimenta Brasil inscreveu o projeto “Plantando Saberes” no edital “Educar para transformar”[5], promovido pelo Instituto MRV. O projeto, que prevê investimentos e atuação na horta, agrofloresta e áreas verdes da escola, foi um dos finalistas e, por meio do voto popular, conseguiu fazer parte do edital e terá suas ações desenvolvidas até 2022.

A seguir, apresentamos alguns desafios em nosso horizonte.

Desafios

 “E uma das condições necessárias a pensar certo é não estarmos demasiado certos de nossas certezas.”
(Paulo Freire)

 Com o passar dos anos, a comunidade do bairro Ribeiro de Abreu, onde a escola está instalada, foi se modificando. Novos loteamentos e ocupações trouxeram moradores de várias partes do Brasil, mudando o perfil da comunidade que, na inauguração da escola, era formada basicamente de pessoas que cresceram no bairro e ali também criaram suas famílias.

Atualmente, a participação dos pais não é mais tão efetiva. Talvez em virtude da própria mudança de rotina das famílias, que no passado ainda tinham muitas mães que não trabalhavam fora de casa e dispunham de mais tempo para se envolver nas ações da escola.

A carência e a vulnerabilidade social da comunidade infelizmente também cresceram com o passar dos anos. Diante dessas desigualdades sociais, a equipe gestora não pode fechar os olhos para as necessidades dos estudantes, que vão muito além do âmbito acadêmico. Ações como arrecadação de cestas básicas, doação de roupas, tênis, mochilas e presentes de Natal se tornaram parte da rotina dos que trabalham na escola. Pode-se questionar se esse é um papel da escola, mas, conforme relato de Brandão (2005), no livro que conta a história do nosso patrono, Paulo Freire conheceu de perto a fome e sabia bem que, de barriga vazia, ninguém consegue aprender. Ser uma escola transformadora e inclusiva implica olharmos cada ser humano com sua integralidade e necessidades individuais, sejam acadêmicas ou sociais.

A equipe de professores também é bem diferente daquela do início da escola. O tempo foi passando e algumas práticas foram se perdendo. As políticas educacionais sofreram transformações, mas sabemos que a Paulo Freire continua sendo um ponto de referência na comunidade, seja como um braço das políticas públicas efetivamente presente ou como um ponto de cultura e lazer à noite ou aos finais de semana.

O maior desafio sem dúvida é o avanço na efetiva aprendizagem dos estudantes. As dificuldades acadêmicas aparecem com frequência, a busca por soluções é constante por meio de estudos, estratégias diferenciadas e, muitas vezes, individualizadas. Nem sempre temos os melhores índices do IDEB, mas temos uma equipe disposta a buscar o melhor de cada estudante. Nem sempre colhemos os frutos do nosso trabalho enquanto o realizamos, mas buscamos fazer a diferença na vida de cada educando que passa por nós.

Com a pandemia, novos desafios surgiram, as desigualdades foram escancaradas, a vulnerabilidade social aumentou e, quanto aos processos escolares, percebemos o quanto deixamos de investir no protagonismo dos nossos estudantes e, neste momento de distanciamento social, nunca foi tão necessária a autonomia de cada um deles para seguir seu percurso educativo. Percebemos que ações que fomos deixando de desenvolver, como as assembleias por exemplo, agora fazem muita falta, na medida em que não conseguimos efetivar o mesmo direcionamento que tínhamos no presencial.

Mas, nem só de coisas ruins foi feita essa pandemia. Foi possível, por meio das reuniões virtuais, a aproximação da equipe de educadores, formações e reflexões constantes que nos possibilitaram olhar para os nossos desafios de forma mais propositiva e criativa. Nossa fonte principal de inspiração foi ninguém menos que nosso mestre Paulo Freire.

Novamente disposta a mudanças, que é outra marca de uma gestão democrática, reuniu-se o grupo a fim de redesenhar estratégias, práticas e sonhos possíveis de trabalho. Em seguida, um rascunho do que se pretende enquanto escola para os próximos anos.

Novas perspectivas

“Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.”
(Paulo Freire)

Com todos os desafios acima citados, os constantes ataques que Paulo Freire vem sofrendo e o centenário do nosso patrono sentimos a necessidade de, mais uma vez, nos debruçarmos sobre a obra desse grande educador.

Carregar o nome de Paulo Freire dá à nossa escola muito orgulho, mas também grandes responsabilidades. A equipe de educadores então passou a refletir: “O que significa para nós ser uma escola chamada ‘Paulo Freire’? Enquanto escola Paulo Freire, o que cabe ou não na nossa prática? Que escolas sonhamos ser? Que escola este coletivo de educadores deseja ajudar a construir?”.

Diante dessas questões buscamos as bases da pedagogia freiriana, olhamos para nossa própria história, as ações que deixamos de executar, o que precisa ser retomado e o que precisamos implementar. As discussões foram organizadas em 5 eixos presentes na obra de Paulo Freire: Amorosidade, Gestão Democrática, Relação com a comunidade, Protagonismo e Pedagogia Dialógica. Divididos em grupos mistos, os educadores (professores, monitores do Programa Escola Integrada, coordenação e direção) puderam refletir sobre cada item e fazer propostas de ações a serem implementadas para chegarmos a ser a escola que sonhamos.

Em plenária, cada grupo expôs suas propostas e pôde ouvir dos demais complementos e reflexões acerca de cada uma delas. O próximo passo, previsto para agosto, é a definição das ações prioritárias e da forma como irão acontecer.

Posteriormente, pretendemos ampliar a discussão para os estudantes e suas famílias, por meio de reuniões e/ou formulários digitais que facilitem a comunicação e nos faça resgatar o protagonismo não apenas dos educandos, mas a força de toda essa comunidade que foi capaz de levantar uma escola com base em sua mobilização e ação política.

Sentimos que esse é um momento ímpar, que tem nos aproximado enquanto equipe, garantido a gestão democrática e nos deixado cada vez mais perto de colocar em prática o que aprendemos com o legado de Paulo Freire, afinal, como ele mesmo dizia, “é fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática.” (FREIRE, 2003, p.61).

Seguimos “esperançando”, errando, mas sempre buscando acertar!                       

Referências bibliográficas

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Paulo Freire: o menino que lia o mundo. São Paulo: UNESP. 2005

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 15 jul de 2021.

FERNANDES, Maria Aparecida. Educação além das fronteiras. Belo Horizonte: E.M. Professor Paulo Freire. 2011.

FREIRE, Paulo. Educação e qualidade. In: ______. Política e Educação. São Paulo: Cortez, 5º ed. 2001. p. 21-24.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

[1] Guardiã na nascente que recebeu o seu nome, Júlia Amaral foi indicada para o Prêmio Bom Exemplo da Rede Globo Minas em 2016. (Disponível em: http://redeglobo.globo.com/globominas/premiobomexemplo/videos/t/bom-exemplo-2016/v/julia-amaral-e-finalista-do-premio-bom-exemplo-com-protecao-de-nascente-em-belo-horizonte/4937586/)

[2]  “uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, criada em 1986, que tem como missão contribuir para a construção de uma sociedade sustentável e para a melhoria da qualidade de vida de comunidades do campo e da cidade, por meio do fortalecimento da agroecologia e da agricultura urbana.” (Disponível em: http://redemg.org.br/sobre)

[3] Detalhes sobre a iniciativa disponível em: https://institutoelos.org/vivencia-oasis/

[4] A Movimenta Brasil é “uma associação que acredita no poder transformador da cultura, do esporte e do lazer em nossa sociedade.” Mais detalhes em: https://www.movimentabrasil.org/

[5] Criado pelo Instituto MRV, o programa Educar para Transformar é um chamamento público que seleciona e apoia projetos que promovam a transformação social por meio da educação. Disponível em: http://educarparatransformar.institutomrv.com.br/sobre-o-programa

SOUZA, Adriana Viana de; SILVA, Cristiane Paula da; CECÍLIO, Érika Fernanda.Revista Brasileira de Educação Básica, Belo Horizonte – online, Vol. 5, Número Especial Paulo Freire, setembro, 2021, ISSN 2526-1126. Disponível em: <link>. Acesso em: XX(dia) XXX(mês). XXXX(ano).

Imagem de Destaque: Autoria das autoras

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