Editorial

Caminhamos para o fechamento do ano de 2024 com a penúltima edição da Revista Brasileira de Educação Básica, a RBEB#32! Vamos conhecer os desafios em destaque que nossas autoras e autores enfrentam em suas práticas e as soluções que encaminham para fortalecer a aprendizagem e a autonomia da professora e do professor.

Abrimos nossa edição com a foto produzida pela Eduarda Beatriz, bolsista do Pensar a Educação. A capa, produzida coletivamente pelos bolsistas do programa de extensão, convida para a percepção da presença do celular em sala de aula, tema do qual duas colaborações nesta edição vão tratar.

Iniciamos com o uso do celular, tema em discussão em meio a proposta de proibição de celulares em sala de aula, na perspectiva de uma proposta para a EJA como vivência da pesquisa-ação. Justina Oliveira Neta que é professora de Língua Portuguesa no Colégio Augusto Comte em Salvador, José Raimundo Carneiro Santos, professor de Matemática Escola Estadual de Feira de Santana e Rayme Vasconcelos, professor de Administração na FAMETTI no município de Camaçari na Bahia elaboraram a seguinte pergunta:

Por que não oportunizar ao educando a apropriação crítica destas tecnologias que permeiam as relações sociais?

João Pedro Silva Santos Souza, graduando em História (UFMG) ao se debruçar sobre o colonialismo trouxe em seu texto o tema da Educação Sexual destrinchado na longa duração da análise histórica para 

“entender como concepções morais sobre temáticas correlacionadas à sexualidade, desde os tempos mais remotos da nossa história, contribuíram em alguma medida para a interiorização em longa duração destas ideias na mentalidade da sociedade brasileira e como isso interfere, no cenário contemporâneo, nos debates sobre o ensino-aprendizagem da educação sexual nas escolas do país”

Por sua vez, a professora da rede estadual de ensino do Estado da Bahia, Rosana Dantas dos Santos, trouxe o tema das tecnologias digitais no Ensino Médio ao se deparar com o desafio da abstração dos conteúdos e traz a seguinte pergunta:

Quais as contribuições do uso do vídeo educativo como recurso tecnológico na prática pedagógica dos professores no ensino médio, visando a aprendizagem contextualizada dos alunos? 

O diretor da Escola Técnica Estadual de Monte Mor Marcio Adriano Bredariol trouxe alguns desafios para a atuação da gestão educacional tendo em vista a formação continuada de professores.

Faz-se necessário (…) reconhecer a escola como campo fértil para a realização da formação contínuada (…). É através dela que professores e Coordenação Pedagógica podem reconhecer a realidade que os cercam e, assim, reconhecer as possibilidades, limites e eventuais distorções pedagógicas presentes no cotidiano da escola. (grifo nosso)

Angela Priscilla Viegas Lorenzoni, Ilma Carmen da Silva Damasceno, Isabella Nara Silva Pereira, Luciana Maia Braga e Viviani Anaya todas do Centro Universitário Newton Paiva em Belo Horizonte trouxeram o tema do Transtorno do Espectro Autista (TEA) a partir do desafio da alfabetização. A contribuição das autoras está em pautar a investigação sobre o tema a partir do mapeamento e análise das práticas pedagógicas para alunos com TEA durante a alfabetização:

A observação direta em sala de aula é essencial para adaptar o ensino às necessidades de cada aluno. Afirma-se que práticas pedagógicas criativas favorecem a inclusão e aprendizagem (LIMA, 2016). A colaboração entre professores, alunos e pais enriquece as práticas pedagógicas, defende-se que o aprendizado organizado promove desenvolvimento psíquico (VIGOTSKY, 1991).

Tianey Weiss, pesquisador em formação pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC em um artigo de opinião discorre sobre a formulação de políticas públicas para o ensino tecnológico chamando atenção para o quanto que o debate educacional é um debate sobre projetos de sociedade.

As implicações são portanto presentes em todos os aspectos da sociedade, e nessa projeção interferem no desenvolvimento social, pois podem auxiliar na prospecção de melhoria das condições da sociedade, ao assegurar também o acesso dos menos favorecidos.

Já um de nossos editores adjuntos e professor de História, João Victor de Oliveira, produziu um texto que coloca os usos do conhecimento histórico escolar a partir do debate em torno do Novo Ensino Médio e do Currículo de Referência de Minas Gerais:

Por serem muito amplas as habilidades são pouco eficazes (…) No entanto, permitem uma possibilidade enorme de adaptação e manejo em diferentes aplicações (…) parece que é justamente por não explicitar determinados aspectos, objetos e metodologias, que outras práticas dissidentes passam a ser possíveis. Podemos pensar, então, em uma pedagogia da fissura, que atua nas brechas, nas rachaduras e nos desvãos dos currículos, das prescrições e das normativas para produzir sentidos mais significativos na sala de aula. 

Vivência como método para a pesquisa-ação; raízes históricas para compreender questões morais no tema sexualidade na educação; estratégias de aprendizagem na disputa pela atenção no Ensino Médio; Educação Continuada que se realiza na escola a partir da promoção da gestão pedagógica; mapeamento de experiências de alfabetização para compor referências para a Alfabetização e TEA; políticas públicas em educação profissional e tecnológica como debate público e as rachaduras do currículo em História no Novo Ensino Médio como possibilidades de autonomia do professor. São esses os temas que professoras e professores nos convidam a refletir sobre Educação Básica nesta edição, boa leitura!

Imagem de destaque: Eduarda Beatriz

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