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Vamos falar de história da educação nas escolas?

foto cíntia

Cíntia Maria Luz Pinho de Souza

Professora da rede Estadual de Educação da Bahia. Dra. em Educação e Contemporaneidade/UNEB-PPGEduC, com ênfase em memória da educação.

E-mail: cintialux@gmail.com

INTRODUÇÃO

Vamos conversar sobre História da Educação nas escolas?

Falo do Estado da Bahia, da Cidade de Nazaré, localizada na região do Recôncavo Baiano. Via “ferry boat”, distancia-se a 62 Km de Salvador.

 Imagem 1  Localização do município de Nazaré, Bahia.

 

Fonte: Google Maps. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps> Acesso em: 11 set. 2017.

Imagem 2 Localização do CEGLVF, no bairro da Muritiba.

 

Fonte: Google Maps. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps> Acesso em: 11 set. 2017

Este artigo refere-se às possibilidades de pesquisa para a produção da história da educação nas escolas brasileiras.

Muito se comenta sobre o povo brasileiro não ter a cultura de preservação da sua história. E o que dizer da história e memória da educação no Brasil? E ainda, da história das instituições escolares?

A escrita deste artigo reflete a importância da preservação dos arquivos escolares — muitas vezes esquecidos nos “depósitos” ou “porões” das escolas — os quais guardam memórias de localidades e/ou regiões que não entram nas pautas das discussões em salas de aulas, quiçá nos currículos escolares.

Desta forma, corporifica-se a reflexão sobre a construção da pesquisa em educação e ausência de política de preservação dos documentos oficiais e registros das práticas sociais escolares e sua relação com seu entorno.

O artigo visa compartilhar o resultado da pesquisa de levantamento de fontes encontradas no arquivo escolar que culminou na escrita de um memorial histórico e do curta — metragem documental sobre a memória do colégio durante seus cinquenta anos de existência.

Sendo assim, o levantamento de fontes orais e documentais se constituiu uma importante etapa da pesquisa de memória da educação na Bahia.

O Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho (CEGLVF), localizado no recôncavo da Bahia, na histórica e secular Cidade de Nazaré, no bairro da Muritiba, pertence ao Núcleo Regional de Educação 21, Território de Identidade do Recôncavo.

O CEGLVF possui um potencial de pesquisa importante para a memória histórica, patrimonial, afetiva e identitária do seu bairro, da sua cidade e do seu povo.

Ao completar seu cinquentenário no ano de 2018, reviveu sua trajetória através da busca de memórias que contribuíram e contribuem significativamente para a escrita da história deste importante patrimônio escolar e cultural baiano.

No ano de 1968, com a estadualização do Ginásio Municipal, concretiza-se um antigo desejo: o advento do primeiro ginásio público estadual da cidade de Nazaré, desta forma, alunos, pais, professores, sociedade em geral, políticos, todos se beneficiaram com a concretização desse “sonho”.

Esse fenômeno fez com que professores se mobilizassem e, com recursos próprios[2], comprassem o terreno para a construção da sede do colégio, o qual transformaria a cidade, o bairro da Muritiba (bairro-sede) e, principalmente, a vida de muitas pessoas. Surgem novas perspectivas de futuro, em especial, para os que não podiam custear seus estudos nas tradicionais escolas privadas do município.

A relação entre memória, história e identidade social foi considerada durante a escrita do livro, para tanto, as memórias pesquisadas foram utilizadas como fontes primárias e históricas capazes de dialogar com o passado através de suas vivências, recordações, emoções e afetividade.

A pesquisa, essencialmente de caráter participante, ancora em Brandão (1994), o entendimento de que: “a pesquisa participante trata de um tipo de pesquisa por meio do qual se busca a plena participação da comunidade na análise de sua própria realidade, com o objetivo de promover a participação social para o benefício coletivo”.

Benefício coletivo, aqui entendido, como o conhecimento possível da história do Colégio, que precisa ser produzida para que o tempo não encontre seu esquecimento.

A pergunta de partida que norteou a escrita do memorial buscou responder como ocorreu a criação do primeiro ginásio público da Cidade de Nazaré?

De caráter memorialista e histórico, pautou-se no respeito e no comprometimento da memória coletiva de todos que contribuíram com a criação, expansão e permanência do CEGLVF.

Enfim, a concretização desse projeto oportunizou a discussão acerca da valorização da memória coletiva de uma comunidade, através do despertar do sentimento de pertencimento de todos os envolvidos, bem como a reflexão sobre a importância da preservação dos arquivos escolares e da história na Bahia e no Brasil.

JUSTIFICATIVA

Ao longo de cinco décadas, muitos alunos passaram pelo CEGLVF, hoje profissionais como: professores, médicos, engenheiros, advogados, representantes políticos e religiosos, contadores, administradores, enfermeiros, autônomos e tantos outros que fizeram história, deixaram marcas indeléveis e ainda continuam dando orgulho a todos seus professores e comunidade nazarena.

Diante o exposto, o memorial e o curta-metragem justificam-se pela necessidade de rememorar a história da instituição de ensino, fortalecer a aproximação dos sujeitos históricos e a comunidade local, assim como, homenagear a todos que contribuíram para a existência do CEGLVF e aos que permanecem, arduamente, lutando por sua permanência.

Identificou-se nos arquivos do colégio, documentos que propiciaram um levantamento histórico e memorialista da instituição, desde o período da sua criação, momento da ditadura militar no Brasil, passando pela redemocratização, até os dias atuais.

Esta situação levou à indagação: por que as escolas e comunidade em geral estão perdendo suas referências históricas, seus sentimentos de pertencimento vinculados às histórias das instituições escolares? O que temos feito para que as memórias escolares não se apaguem?

Desta forma, a reflexão deste artigo parte da análise:

como toda escrita, um documento de arquivo está aberto a quem quer que saiba ler; ele não tem, portanto, um destinatário designado […], o documento que dorme nos arquivos é não somente mudo, mas órfão; os testemunhos que encerram desligaram-se dos autores que os “puseram no mundo”; estão submetidos aos cuidados de quem tem por competência para interrogá-los e assim defendê-los, prestar-lhes socorro e assistência. (RICCEUR, 2007, p. 179).

Entende-se que os documentos, assim como os arquivos, necessitam de cuidados daqueles que possuem a sua guarda, bem como, terá sentido na sua existência a partir do momento em que são manuseados, interrogados, contextualizados e analisados de acordo com o olhar e interesse de cada historiador/pesquisador.

Desta maneira, interrogar os arquivos não é um ato simples, mas trabalhoso e instigante, ao mesmo tempo em que nos apontam pistas de pesquisas, necessitam de cuidados e de organização adequados.

Entendendo os arquivos escolares como “interlocutores” entre as fontes e os historiadores da educação, necessário se faz que haja um melhor “diálogo” entre as duas partes e, assim, culmine na percepção da sua importância e conservação.

 A MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO DA BAHIA E OS ARQUIVOS ESCOLARES.

Neste momento abordo o que foi encontrado nos arquivos escolares, as fontes escritas que foram preservadas no CEGLVF ao longo dos seus cinquenta anos de existência.

O levantamento realizado no colégio ocorreu entre os meses de agosto a novembro de 2017. Foram identificados no depósito arquivos de aço, sem lógica organizacional e/ou arquivamento. Não há trabalho de digitalização das fontes, o levantamento dos arquivos ocorreu de forma exclusivamente manual, denotando um grande esforço para a análise documental.

A princípio a intenção é organizar os documentos do CEGLVF e, posteriormente, propor parcerias através de projetos que possam favorecer uma catalogação e digitalização do arquivo e ampliar a proposta para os demais acervos existentes nas escolas da rede estadual e, assim, contribuir para a coleta de fontes primárias aos futuros pesquisadores da educação, quiçá propor também um guia de fontes para a História e Memória da Educação nas escolas baianas.

No decorrer da história, o documento tem sido compreendido de diversas maneiras, seja como suporte positivista ou até como parceiro da história questionadora, tendo os documentos como o caminho a se aproximar desta.

De acordo com Le Goff (1990) “o documento é monumento”, e sua compreensão amplia, de muito, a abrangência da ideia dos documentos que a “[…] história tradicional reduzia aos textos e aos produtos da arqueologia, de uma arqueologia muitas vezes separada da história. Hoje os documentos chegam a abranger a palavra, o gesto.”

Ainda em consonância com Le Goff, os documentos, sob a ótica dos questionamentos desta pesquisa, vão além de papéis que recebem interpretações distantes e frias. Eles estão aliados a tantos outros caminhos de que o historiador se pode apropriar: as memórias, os sinais, os vestígios, os gestos, que dão pistas para caminhos por onde o homem passou, deixou sua marca e fez sua história.

Existem os “arquivos silenciosos” que são os que nos fazem questionar sobre as lacunas e os espaços em branco das fontes documentais. Nelas estão os hiatos que nos permitem aguçar os questionamentos e problematizar as fontes, desmistificando os seus significados aparentes.

Compreende-se que as perguntas e as dúvidas que um historiador deverá ter com os documentos são tão significativos quanto os próprios documentos.

Durante as pesquisas foram encontradas fontes diversas: documentos escolares (1968 a 2017), acervos pessoais, documentos expedidos e recebidos (1974 a 1986), listas de professores (1968 a 2017), pastas de estágio dos cursos de Contabilidade e Magistério (1984 e 1985), fontes iconográficas, recortes de jornais, relatórios de atividades de professores, projetos pedagógicos, dentre outras.

Para as produções a memória esteve nas fotografias, nas entrevistas semiestruturais com gravação audiovisual, leitura de títulos, extração de conteúdo das diversas fontes (jornais, livros, cadernetas, ficha de alunos, fotos, correspondências diversas) e nas conversas informais.

Essas fontes documentais e orais permitiram o contato com histórias interessantes — até então veladas — dos primeiros anos do colégio, que compreendem a ditadura militar, a reabertura política e a volta da democracia no Brasil.

A metodologia utilizada foi a criação, por gestão, de uma linha do tempo, associada a acontecimentos históricos locais, regionais e nacionais.

A seguir algumas fontes encontradas nos arquivos do CEGLVF que deram pistas para a compreensão da inserção da escola na sociedade local e regional.

 Imagem 3 Carteira profissional do Professor Raimundo Matos, 1968. Neste ano o salário pago foi de Ncr$ 242,64 (duzentos e quarenta e dois cruzeiros novos e sessenta e quatro centavos. 

                        

Fonte: Arquivo Pessoal do Prof. Raimundo Matos, 2017.

Imagem 4 Capa do informativo do Centro Cívico Cônego Getúlio Rosa, s.d. 

              

Fonte: Arquivo escolar, 2017.

 

Imagem 5 – Reportagem

          

Fonte: Jornal A Tarde, 06 abr. 1976.

 

Imagem 6 – Divulgação da premiação da aluna Camila Conceição, classificada em  primeiro lugar na Olimpíada de Língua Portuguesa, em Brasília, no ano de 2014.

 

Fonte: Jornal A Tarde, 22 dez. 2014.

 

 Imagem 7 O CEGLVF comemora a Revolução de 31 de março

                 

Fonte: JORNAL DO BRASIL, 6 abr. 1976.

Imagem 8 Correspondência expedida à Diretoria Regional de Educação (D.R.E.), 1976.

         

Fonte: D. R. E., 1976.

Figura 9 Apostila da primeira aula de estágio do curso de contabilidade.

Fonte: Arquivo pessoal do Professor Irênio Bonfim, 1985.

Foi produzida uma lista com nomes de todos os professores e funcionários que, durante cinco décadas contribuíram para a história do colégio, bem como foram valorizadas produções de alunos como: poesias, músicas, textos literários e as premiações nacionais.

Vale ressaltar que, de cunho memorialista, o livro possui na subjetividade a oportunidade de valorizar as memórias daqueles que constituíram e constituem a história do CEGLVF.

O projeto contou também com a produção do curta-metragem “Família Luiz Viana”, produção essa e direção realizada por mim e pelo cineasta Eudaldo Junior, ex-aluno do Colégio.

O filme “Família Luiz Viana” é um curta-metragem documental de quinze minutos, realizado pela Visagem Audiovisual em coprodução com a direção do CEGLVF e com a professora Cíntia Luz, como parte integrante do memorial descritivo em comemoração ao cinquentenário do colégio.

O filme é documentário reflexivo, propõe uma busca e resgate sobre um tempo que passou e deixou saudades. Um tempo que ficou guardado nas memórias de professores, alunos, servidores e comunidade que vivenciaram momentos no colégio, nesse período de cinquenta anos.

Filmado nas cidades de Nazaré e Salvador, do período de agosto a novembro de 2017. O documentário conta com entrevistas e uso de material de arquivo para ilustrar as memórias ditas nos depoimentos e nos proporciona uma imersão na lembrança desses sujeitos históricos, que ajudaram e/ou ajudam a fazer a história do colégio.

A ESCOLA COMO LUGAR DE MEMÓRIA

A relação entre memória, história e identidade social é considerada durante a escrita, para tanto, as memórias foram utilizadas como fontes históricas capazes de dialogar com o passado através de suas vivências, recordações, emoções e a afetividade que foram emitidas ao longo da construção do memorial.

Para tanto, o resultado da pesquisa precisa ser apresentado para que o esquecimento não se encarregue de exercer o seu papel assim, fez-se necessário que a história do CEGLVF não permanecesse somente na memória da sua comunidade.

Deseja-se também que, os atuais discentes e docentes continuem cultivando em suas ações o interesse em manter o Colégio Estadual “vivo” e, assim, continuar responsável pela transformação social e econômica de todos que por ele passa.

Desta forma, esta pesquisa, de cunho memorialista e comemorativo, tem o comprometimento com a história através da memória coletiva, esta, pertencente a uma comunidade que um dia desejou a criação do Colégio, a sua instalação, e que hoje luta por sua permanência.

Além das fontes orais — foram entrevistados 24 colaboradores entre ex-alunos, ex-professores, ex-funcionários e comunidade, totalizando seis horas de filmagens — houve também o levantamento exaustivo de documentos encontrados nos arquivos escolares, como dito anteriormente.

Enfim, muitos talentos foram despertados ao longo de cinco décadas. A efervescência artística e cultural vivida no interior do CEGLVF proporcionou o sentimento de pertencimento de uma comunidade — em sua maioria pobre, negra e “invisível socialmente” — a encontrar oportunidades para demonstrar suas aptidões e o despertar de uma identidade coletiva.

3.1 Dos arquivos escolares à construção da memória escolar

Entende-se que as finalidades e funções de um arquivo escolar são diversas. Desde interesses particulares como a comprovação de conclusões de cursos, ou comprovação de trabalhos administrativos e/ou docentes; interesses governamentais como diretrizes e planejamentos a serem adotados de acordo com os dados escolares apontados nos arquivos: oferecimento de vagas, evasão escolar, repetência, etc., como a finalidade histórica, aqui proposta.

Para os historiadores, o olhar para cada arquivo escolar se amplia a depender do formato e dimensão da pesquisa a ser desenvolvida.

Entendidos como fontes documentais primárias, a finalidade desses arquivos pode ser direcionada para diversas vertentes: histórica (local e regional), cultural, biográfica, política, social, dentre inúmeras outras.

De acordo com Mogarro (2006, p. 73):

as escolas são estruturas complexas, universos específicos, onde se condensam muitas características e contradições do sistema educativo. Apresentam uma identidade própria, carregada de historicidade, sendo possível construir, sistematizar e reescrever o itinerário de vida de uma instituição (e das pessoas ligadas), na sua multidimensionalidade, assumindo o seu arquivo um papel fundamental na construção da memória escolar e da identidade histórica de uma escola.

Ressalte-se, ainda, que, somados a outras fontes, como as orais, os arquivos escolares podem tecer um entendimento bastante amplo sobre a instituição e sua cultura escolar.

Através da experiência durante pesquisas para o memorial, percebeu-se que inúmeras possibilidades podem surgir, a exemplo de:

  • como os documentos de escolas podem ajudar na compreensão do que levou à sua criação;
  • quais consequências para a história local e/ou regional a partir da sua chegada;
  • o que teria ocorrido naquela cidade ou região através do advento da abertura ou encerramento da escola;
  • histórias de instituições escolares, biografias de ex-alunos, ex-professores, ex-diretores;
  • importância de determinada cultura escolar a partir de informações documentais;
  • de que forma uma comunidade pode se desenvolver com a criação da escola;
  • discussão de formas de ensino, comportamento, poder, dominação, libertação, ascensão social.

Diana Gonçalves Vidal (2005) sugere em sua análise sobre “Cultura e prática escolares:

uma reflexão sobre documentos e arquivos escolares”, a necessidade da intervenção nas políticas públicas de preservação da documentação escolar, trabalhando os historiadores da educação com arquivistas e profissionais da ciência da informação na elaboração de critérios. (VIDAL, 2005, p. 23).

Assim, de maneira multidisciplinar, abre possibilidade de inúmeras leituras sobre a escola, a partir da construção de vínculos e, transformando o arquivo escolar em um lugar de memória.

Concordo ainda com Vidal (2005, p. 24) quando afirma:

Integrado à vida da escola, o arquivo pode fornecer-lhe elementos para a reflexão sobre o passado da instituição, das pessoas que a frequentavam ou frequentam, das práticas que nela se produziram e, mesmo, sobre as relações que estabeleceu e estabelece com seu entorno (a cidade e a região na qual se insere).

É possível identificar um conjunto de justificativas para o uso dos arquivos escolares nas pesquisas histórico-educacionais. Mas perceber a dinâmica interna do funcionamento escolar é importante para a compreensão do espaço escolar como produtor de uma cultura própria.

Enfim, o historiador da educação saberá interpretar o “não dito” encontrado nas entrelinhas de cada documento ao qual, implícita ou explicitamente, norteará pesquisas que darão a suas leituras de mundo uma maior compreensão dos arquivos escolares e suas mensagens.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa de desdobramento de fontes foi um excelente argumento para entender a diversidade de abordagem no campo da pesquisa em educação, seja a ancoragem na área das ciências sociais, como foi realizado, seja na área das ciências humanas.

A pesquisa em educação ganha espaços que podem falar de si mesma, da sua condição epistemológica, uma ciência que quer seja com abordagem interdisciplinar, história de vida, etnográfica, pesquisa ação, ou mesmo com abordagem de memória que ora é apresentado, ou seja, sempre buscará a compreensão do fenômeno educacional em suas múltiplas formas de realizações.

Esta pesquisa faz perceber que sempre vale a pena buscar, olhar para mais longe, crescer e continuar caminhando, sobretudo para ter compreensão das incertezas de um mundo em mutação que faz da escola um lugar de luta para obter políticas de preservação de sua própria memória.

Os produtos finais da pesquisa documental e de fontes orais, proporcionaram toda a comunidade escolar e nazarena se (re)conhecerem nas histórias contadas e apresentadas de maneira que um gestor, professor, aluno ou funcionário pudesse ser valorizado com suas memórias, emoções e gratidão.

Deseja-se que esse trabalho possa encorajar os demais professores/colegas da educação básica brasileira a produzirem as memórias das escolas para que o esquecimento não se responsabilize em apagar as histórias da educação brasileira.

 

 

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Silvia Maria Leite de. Memória, documento e arquivo: apontamentos para uma história das instituições educativas. Revista da FAEEBA: educação e contemporaneidade, Salvador, v. 14, n. 24, pp. 21-30, jul.-dez., 2005.

BRANDÃO, Carlos R. Repensando a Pesquisa Participante. São Paulo: Brasiliense,1994.

LE GOFF, Jacques. História e memória. São Paulo: Unicamp, 1990.

MOGARRO, Maria João. Arquivos e Educação: a construção da memória educativa. Revista Brasileira de História da Educação, Campinas, n.1, set.-dez. 2006.

RICOUER, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Unicamp, 2007.

SOUZA, Cíntia Maria Luz Pinho de. Possibilidades de pesquisa para a história da educação na Bahia: arquivos, acervos e fontes encontradas nos Núcleos Regionais de Educação da Bahia: resultado da pesquisa documental da Escola Normal de Nazaré – BA (1934-1960).Tese. (Doutorado em…). PPGEduC,UNEB, 2016.

VIDAL, Diana G. Cultura e prática escolares: uma reflexão sobre documentos e arquivos escolares. In: SOUZA, Rosa F.; VALDEMARIN, Vera T. (Orgs.). A cultura escolar em debate: questões conceituais, metodológicas e desafios para a pesquisa. Campinas: Autores Associados, 2005. pp. 3-30.

[1] Professora da rede Estadual de Educação da Bahia. Doutora. em Educação e Contemporaneidade/UNEB-PPGEduC, com ênfase em memória da educação.

[2] Vale ressaltar que, durante entrevistas foi mencionada a importância da mobilização dos professores para a compra do terreno do CEGLVF que, em 1969, foi adquirido e doado ao governo do estado da Bahia, o qual se responsabilizou pela construção do colégio.

Imagem de destaque: Larissa Britto

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